Segundo os pesquisadores, esse é o primeiro passo para melhorar a prevenção, o diagnóstico e o tratamento dessa doença no país. “É muito importante realizarmos estudos com brasileiras porque algumas variantes patogênicas, que são alterações no DNA que podem interferir no funcionamento normal dos genes e resultar em doenças, ocorrem mais comumente aqui. Algumas dessas mutações são comuns globalmente, como aquelas nos genes BRCA1 e BRCA2, enquanto outras podem ser mais específicas da população brasileira devido a fatores genéticos, históricos e de diversidade étnica. Para termos melhores abordagens em prevenção, diagnóstico e tratamento, precisamos primeiro conhecer a doença”, explica Leandro Jonata, oncologista da Oncoclínicas&Co e principal autor do estudo. O estudo foi apresentado durante o maior congresso oncológico do mundo, a ASCO (Encontro Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica) que aconteceu em junho em Chicago, nos Estados Unidos. Segundo o oncologista, esse é o maior corte de dados brasileiros nesse cenário. “O mapeamento genético é essencial para o desenvolvimento de estratégias de prevenção personalizadas. Mulheres que carregam mutações conhecidas podem ser aconselhadas a realizar exames de rastreamento mais frequentes e considerar medidas preventivas, como a mastectomia profilática ou ooforectomia (remoção dos ovários), dependendo do gene mutado e do risco calculado”, enfatiza Leandro Jonata.