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Data: 27/05/2024

Editoria: Sem categoria
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Câncer de mama: inteligência artificial é capaz de rastrear o aumento do risco da doença por exame de sangue

Pesquisadores brasileiros concluíram que a inteligência artificial é capaz de rastrear o aumento do risco de câncer de mama por meio da análise de um exame de sangue. O estudo foi publicado na revista Scientific Reports e conduzido pela Huna, uma startup brasileira de inteligência artificial, em parceria com o Grupo Fleury, com a participação de pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Os pesquisadores utilizaram uma inteligência artificial para analisar dados de hemogramas, realizados nos últimos 20 anos, de quase 400 mil mulheres, entre 40 e 70 anos, de oito estados brasileiros. Os hemogramas foram rotulados com base em resultados de biópsias e exames de imagem da mama, como mamografia ou ultrassonografia mamária.

No estudo, foram analisados 396.848 exames de sangue, nos quais a estratégia abordada conseguiu identificar o grupo de pacientes com mais chances de ter a doença. O oncologista Pedro Henrique Araújo, diretor Médico da Huna, enfatiza a importância da detecção em estágios iniciais para obter melhores resultados clínicos. “Diagnosticar o câncer precocemente tem um impacto direto nas taxas de sobrevivência de pacientes, possibilitando tratamentos menos invasivos e, também, menos dispendiosos para o sistema de saúde”, explica.

O câncer de mama é um dos mais comuns no Brasil, com a previsão de mais de 73 mil novos casos só em 2024, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca). “O câncer de mama é o tipo de câncer mais comum entre as mulheres e essa incidência vem aumentando nos últimos anos, inclusive entre mulheres mais jovens. Existem diversos fatores associados ao surgimento do câncer de mama e muitos deles ainda são desconhecidos. Estudos indicam que apenas cerca de 10% dos casos são hereditários. É importante ressaltar que, tendo feito diagnóstico precoce e em estágios mais iniciais, a taxa de cura pode passar de 90%”, detalha o oncologista do Grupo Oncoclínicas BH, Pedro Ribeiro.

“Com esta descoberta torna-se possível priorizar mulheres com maior risco de câncer de mama, otimizando a fila para a mamografia, exame crucial para o diagnóstico precoce e que quase 60% das mulheres brasileiras atualmente não têm acesso”, ressalta Daniella Castro Araújo, cofundadora da Huna, startup responsável pelo desenvolvimento da inteligência artificial.

Além de contribuir para o diagnóstico precoce do câncer de mama, a tecnologia ainda prevê gerar economias para o sistema de saúde. “Essa abordagem é promissora porque não implica custos adicionais para o setor. Em vez disso, baseia-se na otimização do uso de exames já realizados rotineiramente, resultando em uma relação custo-efetividade favorável para o sistema de saúde como um todo”, afirma o Dr. Bruno Aragão Rocha, coordenador médico de Inovação do Grupo Fleury, detentor do Laboratório Hermes Pardini.