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Data: 16/05/2024

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Inteligência Artificial pode detectar câncer em hemograma

Um estudo de pesquisadores da startup brasileira Huna e Grupo Fleury revelou que a Inteligência Artificial (IA) pode ajudar na detecção precoce do câncer de mama por meio da análise do hemograma.

Publicada na revista Scientific Reports, da Nature, a pesquisa destaca a capacidade da IA em identificar padrões ocultos associados ao aumento do risco da doença, evitando diagnósticos tardios.

Como metodologia, os pesquisadores utilizaram uma solução de machine learning para analisar dados de hemogramas realizados nos últimos 20 anos, por quase 400 mil mulheres, entre 40 e 70 anos, de oito Estados brasileiros: São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraná e Distrito Federal.

O estudo incluiu exames de mulheres em diferentes estágios da doença.

“Tradicionalmente, exames de sangue de rotina são analisados usando parâmetros fixos e lineares. No entanto, doenças complexas como o câncer envolvem processos biológicos não lineares. O uso de IA nos permite detectar padrões complexos nas células sanguíneas associados ao câncer de mama”, explica Daniella Castro Araújo, PhD em IA, CTO e cofundadora da Huna.

No hemograma, a IA não analisa apenas cada elemento individualmente, como a hemoglobina ou os leucócitos, mas compreende as relações entre eles e padrões distintos.

“A IA pode, por exemplo, detectar o aumento da razão entre neutrófilos e linfócitos, um indicador precoce da doença e que pode não ser evidente à primeira vista”, diz Daniella.

Segundo o coordenador médico do Grupo Fleury, Bruno Rocha, a intenção não é substituir exames convencionais, mas criar um indicador de risco para o câncer de mama capaz de fazer uma “triagem” entre pacientes a partir de um exame rápido e acessível.

Isso porque a metodologia com IA não permite prever o risco de desenvolvimento da doença, e sim flagrar o câncer em estágios iniciais, inclusive quando a detecção pela mamografia não é possível.