Os casos de cancro da mama invasivo dispararam desde que os serviços de rastreio foram interrompidos durante a pandemia.
Números alarmantes mostram que a proporção de mulheres que são informadas de que a doença já se espalhou é a mais elevada de que há registo.
O último relatório sobre o Programa Escocês de Rastreio da Mama também mostra uma diferença surpreendente na adesão entre as áreas mais e menos carenciadas.
Todas as mulheres com idade entre 50 e 70 anos fazem uma mamografia de rotina a cada três anos para detectar a doença em seus estágios iniciais.
Os números do período 2020-2023 mostram que 3.917 tinham câncer de mama invasivo. Isso equivale a uma taxa de 7,3 por 1.000 – acima dos 6,8 em 2019-2022 e a mais elevada no registo de dez anos da Saúde Pública da Escócia.
Os casos de câncer de mama invasivo dispararam desde que os serviços de rastreamento foram interrompidos durante a pandemia
O relatório afirma: “Isso pode ser resultado da pausa na triagem, devido à pandemia, levando a um acúmulo de exames”.
O rastreio mamário de rotina foi interrompido em março de 2020 e reintroduzido cinco meses depois.
Mais de três quartos de todas as mulheres elegíveis realizaram a mamografia de rotina entre 2020 e 2023, perfazendo um total de 539.575 rastreadas.
Essa adesão de 75,9% foi a mais alta já registrada.
Mas as mulheres das comunidades mais carenciadas tinham muito menos probabilidade de comparecer, com uma taxa de rastreio de 64,2 por cento, em comparação com 82,8 por cento nas zonas mais ricas.
A porta-voz adjunta de saúde conservadora escocesa, Tess White, disse que o aumento dos cancros invasivos era “profundamente preocupante”, acrescentando: “Os nossos sobrecarregados conselhos de saúde ainda estão a lutar com o impacto da pandemia de Covid no programa de rastreio.
‘O frágil plano de recuperação da Covid de Humza Yousaf não conseguiu remobilizar serviços cruciais.
‘Os ministros do SNP devem garantir que os nossos conselhos de saúde tenham os recursos para detectar casos o mais rapidamente possível e fornecer o tratamento e os cuidados de que os pacientes necessitam urgentemente.’
Câncer de mama invasivo significa que as células cancerígenas cresceram no tecido mamário circundante. Se detectada precocemente, pode ser tratada com cirurgia, radioterapia, terapia hormonal ou quimioterapia.
A Baronesa Delyth Morgan, executiva-chefe do Breast Cancer Now, disse que era “crucial” que fossem tomadas medidas para garantir que pelo menos 80 por cento das mulheres compareçam às suas consultas, o que é considerado uma meta alcançável para o NHS na Escócia.
Jenni Minto, ministra da saúde da mulher, disse: ‘Continuaremos a trabalhar com os conselhos de saúde para encorajar mais mulheres a participar no rastreio da mama e resolver quaisquer barreiras que possam enfrentar ao fazê-lo.’