Apesar do feriado do Dia do Trabalhador, a semana foi intensa e se encerra com agenda igualmente cheia. A sexta-feira (3) tem como ponto alto o chamado “payroll” nos Estados Unidos, que trará dados do mercado de trabalho, como o número de vagas criadas por lá. Além disso, logo cedo, saíram os dados de emprego da zona do euro, que ficaram em linha com o esperado pelo mercado, e podem repercutir ao longo do dia. Por aqui, os dados da produção industrial são o ponto alto da agenda local.
Logo cedo, foi divulgada a taxa de desemprego da zona do euro, que ficou estável em 6,5% na passagem de fevereiro para março, em linha com o esperado pelos economistas. O desemprego na região segue na mínima histórica e mostra a robustez do mercado de trabalho.
Se por um lado os dados são positivos, porque mostram que a massa ocupada segue alta, por outro eles trazem uma preocupação a respeito dos juros. Afinal, um mercado de trabalho pujante pode trazer consigo mais pressões inflacionárias e, assim, “dificultar” o corte de juros por parte do Banco Central Europeu.
Por falar em mercado de trabalho, nos Estados Unidos ele também é uma preocupação. Em março, o relatório “payroll” mostrou que foram criadas 303 mil vagas e trabalho, uma aceleração frente a fevereiro, o que levantou um alerta no Federal Reserve (Fed, o banco central americano).
Embora pareça contraditório dizer que dados fortes de emprego pode ser uma má notícia, na atual conjuntura, é isso que tem acontecido nos EUA. Quando o mercado de trabalho está aquecido, significa que existe demanda de mão de obra por parte das empresas. E se as empresas estão buscando trabalhadores, elas tendem a aumentar o salário nominal para atrair esses novos funcionários. O resultado disso é mais inflação, justamente o que o Fed quer conter.
Por isso, os dados do payroll de hoje, que serão anunciados às 9h30 de Brasília, ficam no radar.
Por aqui, o que está no radar é a produção industrial. O dado será anunciado às 9h pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e, segundo mediana de 26 estimativas de consultorias e instituições financeiras compiladas pelo Valor Data, ele deve mostrar um avanço de 1,3% na passagem mensal. O intervalo das projeções vai de uma queda de 0,5% até um avanço de 2%.
Os dados são importantes porque dão ao mercado uma pista sobre a quantas anda a economia brasileira e qual é a força da sua recuperação. É importante lembrar que os dados da indústria vêm mostrando um recuo há dois meses.