O reajuste de 4,5% nos preços dos medicamentos que foi implementado neste mês pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamento (CMED) deve proteger as margens das varejistas farmacêuticas, diz a Fitch.
Os analistas Renato Donatti e Pedro Gonzalez escrevem que o aumento é condizente com as expectativas e está em linha com a inflação do período, por isso não deve exercer maiores pressões no curso normal dos negócios.
“Reajustes bem abaixo da inflação podem impactar negativamente a rentabilidade das empresas e limitar a geração de caixa, uma vez que o setor é intensivo em despesas fixas que acompanham a inflação”, comentam.
A agência de classificação de riscos afirma que as empresas devem aproveitar o aumento dos preços para compensar parcialmente as maiores alíquotas do ICMS em alguns Estados.
Dentre as empresas classificadas pela Fitch, Raia Drogasil deve ser a maior beneficiada pelo reajuste, devido ao maior percentual da receita vinculado à venda de medicamentos.
A Pague Menos, por sua vez, possui um mix ligeiramente menos favorável do que a rival, por conta da controlada Extrafarma. Já a Nisei não captura os benefícios da mesma forma, já que somente 58% das vendas são de medicamentos.