A semana será marcada por indicadores e divulgações importantes nos próximos dias. Por aqui, o ponto alto será a inflação medida pelo IPCA, divulgada amanhã (12). Na sequência, dados do mercado de trabalho, das vendas no varejo e do volume de serviços prestados ganham os holofotes. No exterior, dados inflacionários dos Estados Unidos são os principais pontos de atenção. No pregão de hoje (11), os investidores ainda devem repercutir a extensão do mandato do presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, e os indicadores de inflação da China, que surpreenderam o mercado.
Na última sexta-feira (8), após o pregão, foi anunciado que o presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, ficará no cargo até dezembro deste ano. A partir daí, começa uma nova etapa na sucessão do mandatário da mineradora. A grande questão é que essa sucessão já causou conflitos no mercado, especialmente após as notícias de que o presidente Lula tentou colocar o ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, no mandato da companhia. O assunto, portanto, deve seguir repercutindo na sessão de hoje.
O que também deve repercutir são os dados de inflação da China. Em fevereiro, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) na China aumentaram 0,7% em relação ao ano anterior, superando o aumento de 0,3% esperado pelos economistas e o declínio de 0,8% registrado em janeiro, que foi a queda mensal mais acentuada em mais de 14 anos. Por outro lado, os preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) caíram 2,7% em fevereiro em relação ao ano anterior, pelo 17º mês consecutivo em território negativo.
Embora pareça contraditório, a notícia da inflação medida pelo CPI acima do esperado tem seu lado positivo. Isso porque a China vinha lidando com quatro meses consecutivos de deflação, o que é um sinal muito claro de que a economia está enfraquecida e não está reagindo a estímulos. Portanto, a volta de uma inflação (que, a grosso modo, significa que as pessoas estão consumindo mais) traz um um alívio aos líderes em Pequim, que seguem buscando maneiras de incentivar a volta da atividade.
Por falar em inflação, amanhã (12), o mercado monitora o IPCA de fevereiro no Brasil. A atenção fica voltada especialmente aos núcleos (que excluem produtos mais voláteis, como alimentos e energia). A ideia é tentar avaliar se a inflação vem perdendo força o suficiente para que o Banco Central aumente a magnitude dos cortes da Selic. Em sua última ata, o Comitê de Política Monetária já deixou claro que isso não deve acontecer tão cedo, justamente pelo lugar em que a inflação se encontra.
Mas não é só a inflação brasileira que o mercado acompanha nesta semana. Na quarta-feira (13) há dados de emprego trazidos pelo Caged, na quinta-feira (14) há o número de vendas no varejo em janeiro e, por fim, na sexta-feira (15) há o volume de serviços prestados.