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Data: 29/02/2024

Editoria: Sem categoria
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Prévia da inflação acelera em fevereiro e chega perto do limite em 12 meses

O IPCA-15, conhecido como ‘prévia da inflação’, ficou em 0,78% em fevereiro ante janeiro, segundo o Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE). O indicador ficou abaixo da mediana das 29 projeções coletadas pelo Valor Data, que apontava para uma inflação de 0,81%. As estimativas coletadas para o IPCA-15 de fevereiro foram de 0,56% a 0,91%, sempre em variações positivas.

Em 12 meses, o indicador acumula alta de 4,49%. O objetivo perseguido pelo Banco Central neste ano é uma inflação de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual pra cima e 1,5 ponto percentual para baixo.

Portanto, a variação em 12 meses do IPCA-15, de 4,49%, fica dentro (ainda que bata “na trave”) do intervalo considerado aceitável, que suporta uma alta de até 4,5% ao ano. É importante lembrar também que o indicador oficial de inflação é o IPCA, que ainda não foi divulgado.

 

E o meu bolso com isso?

 

Apesar de o primeiro impacto de uma alta dos preços ser sentido no bolso do consumidor na hora de fazer suas compras, ela também tem reflexo nos investimentos. Afinal, o aumento (ou corte) da taxa de juros depende da inflação.

Em resumo: se a inflação está alta, o Banco Central sobe os juros para “encarecer” o dinheiro e diminui-lo de circulação, fazendo com que os preços voltem a cair. Se a inflação está controlada, o Banco Central pode cortar os juros para estimular a economia sem que isso comprometa o bolso das pessoas.

O momento atual é de queda da Selic, a taxa básica de juros. A trajetória de cortes começou em agosto do ano passado após o Banco Central concluir que o cenário era positivo para isso (ou seja, com inflação dentro do controle). Desde então, as quedas têm sido de 0,5 ponto percentual.

Agora, o mercado espera uma aceleração nesses cortes, mas isso depende justamente de uma inflação mais comportada. Portanto, ainda que o IPCA-15 tenha vindo menor do que o esperado, o fato de o indicador ter se acelerado também traz uma certa cautela, já que mostra que a alta dos preços não está totalmente sob controle.

 

O próprio Banco Central já deu sinais de que a inflação ainda preocupa e, na ata da última reunião do Copom, a autoridade monetária deixou claro que essa é uma das razões para não acelerar os cortes da Selic, pelo menos por enquanto.

O que subiu e o que caiu?

 

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito registraram alta em fevereiro, segundo o IBGE.

A única exceção foi Vestuário, cujos preços recuaram 0,39% após a alta de 0,22% em janeiro.

A maior variação e o maior impacto no índice cheio vieram de Educação, com alta de 5,07% na passagem do mês.

Outros destaques foram os grupos Alimentação e bebidas, com avanço de 0,97% nos preços, e Saúde e cuidados pessoais, que subiu 0,76%. As demais variações ficaram entre o 0,14% de Habitação e o 1,67% de Comunicação.