Veículo: Valor Econômico - Online
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Data: 26/01/2024

Editoria: Sem categoria
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Varejo de bens duráveis reage e pode se beneficiar da queda dos juros em 2024

Após desaceleração verificada desde 2022, o varejo de bens duráveis, mais dependente do crédito, esboçou reação no fim do ano passado e dá sinais de que pode ter resultados melhores em 2024. Dados do Instituto Brasileiro de Economia (FGV Ibre) mostram que, em novembro, o chamado varejo-crédito, que inclui móveis, eletrodomésticos e veículos, subiu

3,3% em comparação a outubro. O varejo-renda, mais dependente do rendimento das famílias e que inclui alimentos, medicamentos e combustíveis, avançou 0,4% em igual período.

Os dois grupos se descolaram a partir de 2022, com o varejo ligado à renda com desempenho estável e acima do dependente do crédito, afirma Igor Cadilhac, do PicPay.

Dados da empresa de pesquisas NielsenIQ, obtidos pelo Valor, também mostram que em lojas de material de construção e hipermercados, que vendem eletrônicos e eletrodomésticos, houve altas de 13,8% e 12,8%, respectivamente (em valores), em unidades com mais de um ano de operação, no período de 18 a 24 de dezembro, ante igual período de 2022. Só a venda de eletrônicos avançou 30,5%.

Para analistas, como o varejo-crédito é muito relacionado ao segmento automotivo, uma melhora mais generalizada vai depender da velocidade de queda da taxa básica de juros. Desconsiderando-se o impacto dos veículos, o varejo-crédito cresceu 2,5% em novembro na comparação com o mês anterior. “Começamos a ver avanço para bens duráveis mais dependentes do crédito, mas devem ganhar tração principalmente no decorrer do segundo semestre de 2024”, diz Isabela Tavares, da Tendências Consultoria.

Há perspectiva de que a reaproximação entre o varejo ligado ao crédito e o dependente da renda, vista no fim de 2023, se mantenha, diz Cadilhac. Ele projeta um mercado de trabalho aquecido até, pelo menos, meados do ano. Além disso, menciona a regra de valorização do salário mínimo e a inflação comportada.

No varejo on-line, o Mercado Livre verifica sinais melhores na demanda para 2024. “Se você pegar janeiro deste ano com janeiro de 2023, tem vindo um desempenho mais positivo”, disse Fernando Yunes, presidente da empresa no Brasil.

André Cordeiro, do Banco Inter, tem uma perspectiva cautelosa para o varejo ligado ao crédito. Para ele, a queda da inadimplência será o fator mais relevante, principalmente para o cartão de crédito e o financiamento de veículos.