Veículo: Valor Econômico - Online
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Data: 28/11/2023

Editoria: Sem categoria
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Confiança cai pelo 3º mês no varejo, diz CNC

A confiança do comércio caiu em novembro, na leitura da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), de acordo com o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec). O indicador recuou 1,9% ante outubro, queda de 16,4% ante novembro de 2022, para 110,3 pontos. O resultado, terceira queda seguida, indica que o comércio deve entrar dezembro “muito estocado” alertou economista-chefe da CNC, Felipe Tavares.

Segundo ele, os empresários em novembro “estocaram” muito, em preparação para vendas da Black Friday. Essas não renderam como esperado – e derrubaram humor do setor no mês explicou ele.

O patamar de estocagem elevada em novembro foi perceptível no Icec, disse Tavares. O tópico “Situação de Estoques” mostrou estabilidade em novembro ante outubro – mas subiu 1,2% ante novembro de 2022, passando para 94,1 pontos, a maior pontuação desde janeiro deste ano (94,6 pontos). “Teremos um comércio muito estocado em dezembro” resumiu.

Para ele, há frustração com a demanda interna, que não opera tão aquecida quanto projetada por empresários do setor, para essa época do ano. Isso porque a atividade econômica também não está em ritmo forte. “E ninguém esperava se frustrar com a Black Friday”, afirmou.

Para Tavares, é possível que a demanda interna enfraquecida, com consequente faturamento menor para o comércio, possa prosseguir no início do ano que vem. Isso porque o economista não vê, no momento, alguma medida que possa prover maior aquecimento da economia e do mercado interno brasileiro, nos próximos meses. “Se não ocorrer nenhuma novidade prevejo um 2024 desafiador para o comércio”, afirmou.

A CNC informou que os três principais componentes do indicador mostraram retração em todas as comparações em novembro: condições atuais, de 5,4% e de 28,4% na comparação com outubro e com novembro do ano passado; expectativas, de 0,6% e de 11,9%, e intenção de investimentos, de 0,9% e de 10,9%, ante outubro e ante novembro do ano passado.

Com cautela elevada, diminui intenção de contratação do setor, acrescentou ainda a CNC. Foram observados recuos de 1,1% e de 15,2%, nesse indicador, em novembro ante outubro e em relação a novembro do ano passado, informou ainda a entidade.

Em comunicado, o presidente da CNC, José Roberto Tadros, detalhou mais sobre motivos que levaram à maior cautela entre os empresários. “O risco fiscal, os juros ainda elevados e a possível majoração dos tributos, advinda da reforma tributária, por exemplo, são fatores que contribuem para um sinal de alerta para a atividade econômica do país. O índice que mede as expectativas futuras do empresário do comércio teve redução de 0,6%, sendo a maior queda desde abril de 2021”, informou Tadros.