Veículo: Valor Econômico
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Data: 10/12/2025

Editoria: Shopping Pátio Higienópolis
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O ‘live commerce’ vai para dentro de shopping centers

A instalação de estúdios de “live commerce” em shoppings e no varejo físico – para que o lojista possa fazer transmissões ao vivo em que produtos são mostrados e vendidos pela internet – será o ponto de partida da Play2Shop, que está sendo lançada dentro do Grupo Dreamers.

Criada por Gabriela Comazzetto, que liderou a operação do TikTok na América Latina nos últimos cinco anos, e por Paula Puppi, que atuou por mais de uma década em projetos de transformação no grupo britânico WPP, a empresa reunirá infraestrutura, produção e suporte para lojistas e marcas interessadas em adotar o formato.

O desenho foi influenciado pela experiência das fundadoras com modelos que utilizam a estrutura dos shoppings como base de transmissão para “lives” – prática consolidada em mercados como o da China.

“O ‘live commerce’ é a humanização da venda, com um vendedor ou um influenciador digital interagindo com a comunidade e oferecendo conteúdo e entretenimento. É muito parecido com o movimento de ir ao shopping, da compra por descoberta, quando você vê um produto que não sabia que queria e passa a querer”, diz Comazzetto.

Os primeiros estúdios estão previstos para serem abertos no primeiro trimestre. Não foram divulgados o investimento inicial nem a previsão de faturamento. A operação está contratando uma equipe inicial de cerca de 20 profissionais.

Proposta atende lojistas que ainda não têm operação digital estruturada”
— Gabriela Comazzetto

Para Comazzetto, a proposta atende especialmente lojistas que ainda não têm operação digital estruturada. “Ainda é um desafio para pequenos e médios empreendedores manter um e-commerce. Com as plataformas, é possível abrir a loja ali, integrar o catálogo e começar a vender.”

Essa será a 17ª empresa do Grupo Dreamers, que em 2024 faturou pouco mais de R$ 2 bilhões, alta de 50% em relação ao ano anterior. O presidente-executivo do grupo, Rodolfo Medina, afirma que o movimento responde à busca do varejo por novos canais de receita. “Estamos sempre muito atentos às transformações do mercado, e o ‘social commerce’ [vender dentro das redes sociais] não é apenas tendência, é uma das próximas ondas de comportamento que vão redefinir como as marcas se relacionam com as pessoas”, disse.

A Play2Shop também prevê montar estúdios em eventos de entretenimento para as marcas (Medina também está à frente da área de Marketing e Parcerias do Rock in Rio), além de oferecer tecnologia de transmissão e produção de conteúdo para “lives”; treinamento e capacitação de vendedores e marcas; e consultoria.

O “social commerce” deve saltar dos US$ 3,58 bilhões registrados no Brasil em 2024 para US$ 6,92 bilhões em 2030, segundo o relatório “Brazil Social Commerce Market Intelligence Report 2025”, publicado pela Research and Markets em maio.