Veículo: Jornal JF
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Data: 25/11/2025

Editoria: Shopping Pátio Higienópolis
Assuntos:

Revelação surpreendente: Você percebe diferenças no tratamento racial? Veja aqui o que estudos mostram – Menção

Neste artigo você encontra os principais resultados de uma pesquisa sobre a percepção de diferenças no tratamento entre pessoas brancas e negras. A maioria percebe desigualdade. Locais mais citados: comérciostrabalhoruas e escolas. As respostas variam por cidade. Muitas pessoas veem o racismo como problema central e afirmam que a violência policial atinge mais a população negra. Há apoio à representatividade e às políticas afirmativas, com mais apoio entre a população negra. A pesquisa foi feita pelo Instituto Cidades Sustentáveis com Ipsos‑Ipec e contou com apoio da União Europeia.

  • A maioria percebe diferença no tratamento entre brancos e negros
  • Desigualdade é mais notada em shoppings, no trabalho, nas ruas e nas escolas
  • Muitos veem racismo e violência policial como problemas que atingem mais negros
  • Há apoio para mais representatividade negra e políticas afirmativas
  • População negra é vista como mais afetada por falhas em serviços e riscos ambientais

O que a pesquisa mostra?

A pesquisa indica que 8 em cada 10 pessoas percebem diferenças no tratamento entre brancos e negros. Foram ouvidas 3.500 pessoas em 10 capitais entre 1º e 20 de julho. A amostra aponta que 54% se declararam pretos ou pardos e 43% brancos. A margem de erro é de 2 pontos percentuais no total (até 6 pontos por capital).

Onde a desigualdade aparece?

Os três cenários mais citados foram:

  • Shoppings e comércios (lojas, bares, restaurantes)
  • Ambiente de trabalho (do processo seletivo ao dia a dia e promoção)
  • Ruas e espaços públicos (parques, praças)

Em seguida aparecem escolas, faculdades e universidades — é como se houvesse um roteiro repetido em muitos cenários do dia a dia.

Diferenças entre cidades

A percepção varia por capital. Em Salvador e Belém o sentimento de desigualdade é mais forte: 65% e 62%, respectivamente, disseram ver tratamento desigual. Já em Goiânia e Manaus os números caem para 51% e 50%. O mapa muda conforme a experiência local.

Percepção sobre políticas públicas e violência policial

A maioria concorda com medidas e reconhece problemas:

  • 75% concordam, totalmente ou em parte, que o racismo é um problema central na cidade e precisa de políticas públicas.
  • 75% também concordam que a violência policial atinge principalmente pessoas negras; 18% discordam.
  • 72% acreditam que aumentar a representatividade de pessoas negras em cargos de poder ajuda a diminuir desigualdades.

Opiniões sobre cotas:

  • 13% dos pretos e pardos apoiam cotas para cargos com poder decisório, contra 8% dos brancos.
  • 18% dos brancos disseram querer a eliminação de cotas em universidades, enquanto entre negros esse número foi 12%.

Impacto em serviços essenciais

A desigualdade aparece também na infraestrutura e nos riscos ambientais:

  • 50% dizem que a população negra tem mais dificuldade de acesso a água potável e coleta/tratamento de esgoto.
  • 48% apontam que negros são mais afetados por deslizamentos e desabamento de casas.
  • 48% citam maior impacto de inundações e alagamentos.

Isso mostra que a desigualdade não é só atitude: envolve infraestrutura, saúde e segurança.

Contexto: casos recentes e memória

Alguns episódios recentes ajudam a entender por que essas percepções existem:

  • A morte de um homem negro em um supermercado de Porto Alegre, sem julgamento após cinco anos.
  • Descendentes de escravizados em Sertãozinho (SP) lutando para manter memória diante da expansão do agronegócio.
  • Ação da Polícia Federal contra suspeitos de divulgar nudes falsos de parlamentares.
  • Manifestação no Shopping Pátio Higienópolis em resposta a um episódio de racismo sofrido por crianças.

Cada caso acende discussões e lembra que o problema está presente também em bairros e cidades.

O que isso significa para você?

Pense assim: assistir ao mesmo filme com legendas diferentes muda a experiência. Algumas ações possíveis:

  • Conversar com amigos e familiares: Você já sentiu isso?
  • Cobrar representantes: votar e acompanhar políticas locais.
  • Apoiar iniciativas que ampliem representatividade.
  • Prestar atenção no ambiente de trabalho e denunciar desigualdades.

Pequenos gestos podem ter efeito concreto.

Conclusão

A pesquisa com 3.500 pessoas em 10 capitais mostra que a maioria percebe diferenças no tratamento entre brancos e negros, especialmente em shoppingstrabalhoruas e escolas. Muitos apontam racismo e violência policial como problemas que atingem mais a população negra; há apoio à representatividade e às políticas afirmativas. Também há sinais de maior impacto sobre a população negra em serviços essenciais e riscos ambientais.

Perguntas frequentes

Quantas pessoas dizem perceber diferença no tratamento entre brancos e negros?
80% das pessoas entrevistadas dizem perceber desigualdade — oito em cada dez. A pesquisa ouviu 3.500 pessoas em 10 capitais.

Onde essa diferença é mais notada?
Principalmente em shoppings e comércios. Depois vêm trabalhoruas e espaços públicos, e escolas/faculdades.

Há consenso sobre racismo e violência policial?
Sim. 75% concordam que o racismo é um problema central e que a violência policial atinge mais pessoas negras. Cerca de 18% discordam.

O que a pesquisa mostra sobre políticas afirmativas e representação?
72% acreditam que mais representatividade negra na política ajuda a reduzir desigualdades. Pretos e pardos apoiam políticas afirmativas com mais intensidade.

A desigualdade afeta acesso a serviços e riscos ambientais?
Quase metade diz que a população negra é mais afetada: 50% apontam maior dificuldade com água e esgoto; 48% citam deslizamentos e inundações.