Veículo: O Globo
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Data: 17/11/2025

Editoria: Amazon, L-Founders
Assuntos:

Amazon busca US$ 12 bi em primeiro empréstimo via emissão de títulos nos EUA desde 2022

Por Bloomberg

17/11/2025 15h42  Atualizado agora

RESUMO

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Amazon está tentando levantar cerca de US$ 12 bilhões por meio de uma emissão de títulos — sua primeira operação desse tipo em dólares em cerca de três anos — somando-se a uma onda de grandes emissões de dívida por empresas de tecnologia que correm para financiar infraestrutura de inteligência artificial.

Os recursos da oferta podem ser usados para tudo, desde aquisições e despesas de capital até recompra de ações, segundo pessoas com conhecimento do assunto. Goldman SachsJPMorgan Chase e Morgan Stanley estão coordenando a emissão, disseram as fontes, que pediram anonimato.

A Amazon acessou pela última vez o mercado de títulos de alta qualidade nos EUA em novembro de 2022, quando levantou US$ 8,25 bilhões.

A emissão desta segunda-feira ocorre após a Alphabet, controladora do Google, ter vendido US$ 25 bilhões em dívida nos Estados Unidos e na Europa no início deste mês. A Meta emitiu US$ 30 bilhões em títulos corporativos no mês passado, a maior oferta do ano, enquanto a Oracle levantou US$ 18 bilhões em títulos de alta qualidade em setembro.

A enxurrada de emissões das empresas de tecnologia ajudou a impulsionar a emissão global a um recorde de mais de US$ 6 trilhões neste ano. O JPMorgan Chase espera que a nova onda de gastos para financiar investimentos em inteligência artificial leve o mercado de títulos de grau de investimento nos EUA a atingir um recorde de US$ 1,81 trilhão no próximo ano.

A Amazon está vendendo títulos de grau de investimento em até seis tranches, disseram as fontes. As discussões iniciais de preço para a parte mais longa da operação, um título de 40 anos, apontam para um prêmio de cerca de 1,15 ponto percentual acima dos Treasuries, acrescentaram.

Procurados pela reportagem, Goldman Sachs, JPMorgan e Morgan Stanley não quiseram comentar. A Amazon não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

A Amazon é a maior fornecedora mundial de computação sob demanda, algo essencial para alimentar sistemas de inteligência artificial. Assim como suas maiores rivais, a empresa vem investindo pesadamente em data centers e chips para construir e operar modelos de IA capazes de gerar textos ou imagens e automatizar processos.

Os gastos de capital da Amazon devem ultrapassar US$ 147 bilhões no próximo ano — cerca de três vezes o nível registrado tão recentemente quanto em 2023 — segundo a média das estimativas de analistas compiladas pela Bloomberg. Este é um momento “oportuno” para a Amazon, que até agora dependeu principalmente de seu próprio fluxo de caixa para financiar investimentos, incorporar dívida à sua estrutura de capital para ampliar a flexibilidade de financiamento, escreveu o JPMorgan em uma nota na semana passada.

— A Amazon também poderia recorrer aos mercados de crédito privado para estruturar financiamentos em torno de sua ampla rede de data centers — acrescentou o JPMorgan, citando o potencial de operações de sale-leaseback ou veículos no estilo joint venture.

A capacidade de energia da frota de data centers da Amazon dobrou desde 2022, e o diretor-presidente Andy Jassy afirmou que espera que ela dobre novamente até 2027. No início deste mês, a unidade de computação em nuvem da empresa assinou um acordo de US$ 38 bilhões para fornecer à OpenAI acesso a centenas de milhares de unidades de processamento gráfico da Nvidia como parte de um contrato de computação de sete anos.