Veículo: Valor Econômico
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Data: 13/11/2025

Editoria: L-Founders
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Lucro da Allos avança 17,4% no 3º trimestre

As receitas da operadora de shoppings centers chegaram a R$ 663 milhões entre julho e setembro, aumento de 5,2% sobre o mesmo período do ano passado
Por Felipe Laurence, Valor — São Paulo
12/11/2025 22h59 Atualizado há 10 horas

A Allos teve lucro de R$ 108,9 milhões no terceiro trimestre, alta de 17,4% na comparação anual. As receitas da operadora de shoppings centers chegaram a R$ 663 milhões entre julho e setembro, aumento de 5,2% sobre o mesmo período de 2024.

O resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado do período foi de R$ 485,5 milhões, crescimento de 6,6% no ano. A margem Ebitda ajustada subiu quase 1%, para 73,2%, no trimestre.

“Continuamos mostrando uma consistência em nossos resultados mesmo com o cenário de juros altos”, diz Daniella Guanabara, diretora financeira e de relações com investidores da Allos, ao Valor.

O fluxo de caixa operacional, ou FFO, métrica financeira preferida do setor porque excluí efeitos de depreciação do lucro, foi de R$ 304,9 milhões, alta de 3,5% no ano. Por ação, o indicador aumentou 9% por efeitos operacionais e de recompra de ações.

As vendas dos lojistas dos 45 shoppings do portfólio da Allos aumentaram 5,5%, para R$ 9,86 bilhões. O indicador de vendas mesmas lojas ficou em 2,9%, enquanto o de aluguéis mesmas lojas chegou a 6,5% no terceiro trimestre.

A executiva nota que houve uma desaceleração sequencial nas vendas sobre o segundo trimestre, refletindo mais a ausência dos números da Páscoa tardia do que uma desaceleração de fato no consumo por incertezas macroeconômicas.

“As vendas continuam acima do desempenho total do varejo, enquanto os aluguéis sobem acima da inflação acumulada, mostrando a dominância dos shoppings”, comenta Guanabara.

A companhia destaca, em seu relatório de resultados divulgado nesta quarta-feira (12), que a taxa de ocupação dos shoppings e o custo de ocupação dos lojistas ficaram estáveis no ano, enquanto a inadimplência manteve-se abaixo de 1% das receitas.

O resultado operacional da Allos cresceu mais do que o faturamento por uma redução nas despesas, fruto de programa de eficiência organizacional implementado para aparar arestas da fusão entre Aliansce Sonae e BR Malls.

A diretora financeira também chama atenção para o desempenho das operações de mídia da Helloo, com crescimento de 25,2% no faturamento, representando 6% das receitas totais da Allos, com a entrada de contratos de concessões dos aeroportos.

Investimentos

A empresa anunciou hoje uma nova meta de investimentos entre R$ 350 milhões e R$ 450 milhões para o ano que vem, uma redução de R$ 100 milhões na comparação com o capex projetado para 2025.

“Estamos vendo que o cenário macroeconômico permanecerá desafiador no ano que vem, o que acaba reduzindo a rentabilidade de grandes investimentos e vamos focar mais no redesenvolvimento dos shoppings existentes”, comenta a executiva.

Ela pondera que vão reavaliar o cenário ao longo do ano que vem, incorporando uma possível queda nos juros e os resultados das eleições presidenciais, para rever premissas de investimentos.

Dividendos adicionais

Com menor necessidade de investimentos e geração de caixa robusta, a Allos disse hoje que seu conselho de administração aprovou R$ 146 milhões em dividendos adicionais que serão pagos em dezembro.

Além disso, aprovou meta de dividendos entre R$ 0,28 e R$ 0,30 por ação, por mês, para o ano de 2026. Juntos, os dividendos podem chegar a R$ 1,9 bilhão entre dezembro de 2025 e dezembro de 2026.

“Esperamos que essa previsibilidade no pagamento de dividendos mensais e os maiores valores tragam mais investidores pessoas físicas à nossa base acionária”, diz Guanabara.

Manaura Shopping, operado pela Allos — Foto: Divulgação/ALLOSManaura Shopping, operado pela Allos — Foto: Divulgação/ALLOS