Varejista já tinha isentado lojistas de taxa logística para atrair vendedores, acirrando disputa no comércio online brasileiro
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RESUMO
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Semanas antes da Black Friday, a Amazon fechou um acordo no Brasil com o Nubank, a empresa financeira mais valiosa da América Latina. Serão oferecidas condições especiais de pagamento e maiores limites de crédito em um momento em que a competição no varejo online se intensifica.
O Nubank vai conectar seu serviço de pagamentos online, o NuPay, na loja virtual da Amazon, oferecendo aos clientes condições especiais de pagamento, o que inclui um limite de crédito adicional e mais alternativas de parcelamento.
Através do NuPay, os clientes poderão pagar com a conta do Nubank diretamente na conclusão da compra, sem ter de sair do site da Amazon. Além disso, o Nubank também oferecerá aos clientes elegíveis a opção de pagar em até 24 vezes com juros.
As empresas não informam o quanto esperam movimentar em crédito com a parceria.
— Essa parceria vai viabilizar a facilidade de compra para o cliente e o crédito, sendo duas coisas muito importantes para o brasileiro — disse a presidente da Amazon para o Brasil, Juliana Sztrajtman, em entrevista. — Começamos uma história muito importante de acesso para o cliente brasileiro, e acreditamos que muda muito como trabalhamos, nos aproximando do que o brasileiro busca quando compra no e-commerce.
A funcionalidade vai entrar no ar gradualmente, e estará disponível para todos os clientes ao longo das próximas semanas, primeiro com o crediário e os limites de crédito adicionais. Em uma etapa posterior, a fintech vai oferecer aos clientes pagamento parcelado sem juros no cartão de crédito e a função débito.
— Essa parceria combina a plataforma de crédito do Nubank com o catálogo exclusivo da Amazon, resultando em uma experiência de compra nova e aprimorada para milhões de clientes brasileiros — disse Fausto Ibarra, vice-presidente de Ecossistema Digital do Nubank. — Consideramos a flexibilidade de pagamento um fator decisivo para as compras online.
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A parceria mostra como a competição está mais acirrada no varejo online brasileiro ao longo dos últimos meses.
Recentemente, a Amazon anunciou uma isenção de todas as taxas de logística do Fullfillment by Amazon (FBA) — incluindo a manutenção em estoque e as entregas — para todos os vendedores. Além das comissões em vendas de novos parceiros que usem o FBA, fazendo com que o marketplace efetivamente se tornasse gratuito ao longo do pico da temporada de final de ano.
O sortimento de produtos pela Amazon também cresce em ritmo rápido no Brasil, com 180 milhões de produtos à venda, acima dos 150 milhões do último mês, de acordo com Sztrajtman.
— O Brasil é um dos países com o maior potencial de trazer novos clientes para a Amazon globalmente — afirmou Sztrajtman. — Temos uma população grande, muito engajada no mundo online que compra no e-commerce.
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A movimentação da Amazon acontece somente alguns meses após o Mercado Livre reduzir o valor mínimo para frete grátis para compras acima de R$ 19 no Brasil, buscando encorajar os clientes a comprarem em sua plataforma. A empresa também anunciou recentemente que vai oferecer R$ 100 milhões em cupons para os clientes ao longo do mês de novembro, antes da Black Friday.
O Mercado Livre também rivaliza com o Nubank no mercado de fintechs. O Mercado Pago, banco digital do grupo, chegou a 72,2 milhões de clientes no terceiro trimestre, e ainda que a empresa não informe em detalhe quantos clientes tem em cada país, a maioria do negócio está no Brasil. O Nubank tinha cerca de 123 milhões de clientes em junho, segundo os dados mais recentes, em todos os países em que opera.
Com a Amazon, a fintech terá acesso a uma alavanca importante para as receitas com crédito por meio dos parcelamentos com juros, algo que o banco já oferece em outros canais. Embora o cartão de crédito seja o produto mais importante do Nubank, sua participação nos resultados da companhia é menor que isso, e como os brasileiros usam seus cartões explica o porquê.
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Operações sem a cobrança de juros respondem pela maior parte dos volumes da indústria de cartões no Brasil, com 98,5% do volume de cartões de crédito e pré-pagos sem cobrança de juros no primeiro semestre deste ano, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs).
O chamado parcelado sem juros, criado nos anos 90 para substituir os cheques em diversos pagamentos, é responsável por 41% do volume de cartões de crédito e pré-pagos no país.
A Amazon já oferece cartão de crédito para clientes Prime no Brasil desde 2023, mediante uma parceria com o Bradesco. O cartão não tem anuidade, além de benefícios como pontos para usar no site, além do parcelamento sem juros. Nem o banco ou a Amazon informam quantos cartões foram emitidos desde o começo da parceria.