Veículo: O Tempo
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Data: 31/10/2025

Editoria: Shopping Pátio Higienópolis
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O Halloween entrou de vez no varejo, mas o Brasil ainda não percebeu

O Halloween já não é um “feriado importado”: virou uma oportunidade de negócio. Só que a maioria dos empreendedores brasileiros ainda não se deu conta. Segundo pesquisa da Serasa Experian, 79% dos negócios no país não planejaram nenhuma ação para o Dia das Bruxas de 2025.

O levantamento, que ouviu 531 empresas (88% delas pequenas e médias), mostra que os motivos são o foco em outras datas, como Dia das Crianças e Black Friday, e o “baixo interesse dos clientes”. Mas, no mundo do consumo, desinteresse é só sinônimo de falta de estímulo. Quando o varejo aposta em experiências, o público responde.

Parcerias marcam o Halloween deste ano

Enquanto a maioria passa batido, algumas marcas mostram o potencial da data. Um dos cases deste ano veio do Burger King em parceria com a Serasa, na campanha “Boleto Thru”. A ação trocou o medo dos boletos pelo medo das bruxas.

Quem apresentar um boleto físico ou digital em um drive-thru da rede ganha um sanduíche Cheddar Duplo. Quem mostra o app da Serasa instalado no celular ainda leva batata frita de bônus. A dinâmica simples, mas com storytelling afiado, transformou o Halloween em uma ferramenta de branding.

Outro destaque veio da Fini com o iFood, que lançaram uma linha especial de produtos e a campanha “Gostosuras Assustadoras”. Por R$ 0,01, o consumidor podia adicionar à compra doces temáticos, como as Dentaduras da Bruxa e os Tubes Boo, em edição limitada.

Já a Go Coffee trouxe de volta seu frappe de uva, agora em versão limitada para outubro. A bebida, que mistura essência de uva, leite e cacau black, virou um símbolo de nostalgia entre os fãs da rede.

O retorno do frappe atendeu a pedidos feitos nas redes sociais. Com mais de 550 unidades no Brasil, a marca comprova que o Halloween pode ser explorado como gatilho de engajamento dentro do franchising.

Franquias e o medo de inovar

Mesmo com cases de sucesso, o franchising brasileiro ainda trata o Halloween como um evento “de nicho”. No entanto, as franquias têm o formato ideal para isso: padronização, capilaridade e comunicação em rede.

Redes de alimentação poderiam criar menus temáticos; marcas de beleza, experiências de transformação; e academias, desafios lúdicos. O custo de ativação é baixo e o impacto é alto. A data cai num ponto estratégico do calendário, entre o Dia das Crianças e a Black Friday, quando o varejo costuma estar em ritmo morno.

Ignorar o Halloween é perder a chance de gerar tráfego, conteúdo e engajamento quando o consumidor está sedento por novidade.

Cinema é motor do Halloween nos shoppings
Nos shoppings, o Halloween também ganhou um aliado poderoso: o cinema. A Cinemark, por exemplo, transformou a data em uma temporada de experiências com sua “Temporada do Terror 2025”. De 23 de outubro a 5 de novembro, 11 clássicos e lançamentos do gênero tomaram as telonas por ingressos a R$ 13.

Com títulos como Drácula de Bram Stoker, O Bebê de Rosemary e A Noiva-Cadáver, a ação criou um ambiente perfeito para o consumo temático, e o varejo poderia surfar nessa onda.

O entretenimento gera fluxo, e o varejo transforma esse fluxo em venda. O Halloween, nesse contexto, vira um ecossistema de consumo, não só uma data.

Halloween gera engajamento

Quanto mais o consumidor se diverte, mais ele consome. Nos Estados Unidos, o mercado movimenta mais de US$ 12 bilhões por ano com produtos, festas e serviços relacionados à data. No Brasil, o potencial é enorme, especialmente entre o público jovem e digital, que já consome cultura pop americana no streaming, na moda e nas redes.

A tendência é que, assim como o Dia dos Namorados ou a Black Friday, o Halloween também se torne uma data de vendas consolidada, impulsionada por collabs e experiências. Por enquanto, 8 em cada 10 empresas deixam o Halloween passar em branco. O varejo que entender o espírito da data, irreverente, coletivo e instagramável, vai sair na frente.