A empresa não informa se os cortes já se encerraram ou as áreas afetadas pela redução de funcionários
Por Adriana Mattos, Valor — São Paulo
19/09/2025 17h29 Atualizado há um dia
O GPA, dono da rede de supermercados Pão de Açúcar, demitiu cerca de 730 pessoas entre 1º de julho e 16 de setembro, disse a companhia em comunicado divulgado na noite de quinta-feira (18). A empresa não informa se os cortes já se encerraram ou as áreas afetadas pela redução.
Segundo documento da área de recursos humanos, arquivado em setembro pela empresa na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o grupo mantinha 39 mil empregados neste ano.
Sobre o assunto, o GPA informa na nota que a rede vem “envidando esforços em seu plano de redução de sua alavancagem financeira”, e possui um projeto de redução de pessoal, atualmente, em curso.
De abril a junho, as despesas financeiras no grupo aumentaram 19,7%, refletindo a elevação da taxa de juros (Selic) atrelada às dívidas da rede.
A dívida líquida, considerando o saldo de recebíveis não antecipados, totalizou R$ 2,6 bilhões ao final de junho. A alavancagem financeira (pré-IFRS 16) — medida pela relação entre a dívida líquida e o valor do Ebitda — alcançou três vezes em junho de 2025, frente a 2,7 vezes um ano antes. Ebitda é a sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização.
Capitalização privada
Também na noite de ontem, o GPA afirmou que, a despeito do que foi publicado em veículos de comunicação, os órgãos de governança da companhia não aprovaram, nem realizaram estudos a respeito de uma capitalização privada, seja ela de R$ 500 milhões ou qualquer outro valor.
“Por esse motivo, tampouco procede a informação de que haveria expectativa, por parte do GPA, de anunciar uma capitalização logo após a assembleia geral extraordinária convocada para o dia 6 de outubro”, disse a companhia, em resposta a um ofício apresentado pela B3.
Sede do Grupo Pão de Açúcar, em São Paulo — Foto: Reprodução / Twitter