Após mais de 50 anos, o psicanalista Leopold Nosek voltará nesta sexta (19) ao prédio do extinto Deops (Departamento Estadual de Ordem Política e Social), no centro de São Paulo. Em 1971, durante a ditadura militar, ele ficou nove meses preso no local. Nosek foi capturado pelos policiais quando chegava para o plantão no pronto-socorro do Hospital das Clínicas. Na época, ele era estudante de medicina.
A convite do Memorial da Resistência de São Paulo, que ocupa o imóvel desde 2009, o psicanalista vai escrever seu nome em uma das paredes das antigas celas do Deops, ao lado dos nomes de outros presos políticos que foram vítimas do regime no Brasil.
“Uma juventude inteira foi silenciada, morta, desaparecida em todo o continente”, afirma Nosek no livro “O Método Marlow – Estudos Indisciplinares em Psicanálise” (Perspectiva).
Ele lançará a obra em 4 de outubro na Livraria da Vila do shopping Higienópolis. O volume reúne artigos e reflexões de Nosek sobre conexões da psicanálise com a arte, a cultura e a sociedade em geral.
