
Mais de dois anos após o fim da pandemia, o modelo de trabalho híbrido que reinou no mundo corporativo durante a crise sanitária vai ficando escasso. E a volta mais enfática para o presencial vem acompanhada de uma intenção das empresas em otimizar os espaços de trabalho que já têm. Uma nova pesquisa global da consultoria JLL indica diversas iniciativas por parte das companhias na busca por uma maior utilização pelos funcionários das áreas locadas.
A primeira constatação é: seis em cada dez companhias querem ampliar a presença de funcionários no local. Ao menos 42% das empresas já estabeleceram mandatos de presença no escritório, outras 32% implementaram programas para melhorar a experiência no ambiente corporativo e 9% criaram políticas de incentivo para aumentar a frequência. Os dados são de 2024.
No mundo, a fatia do trabalho híbrido no total das empresas caiu de 87% para 77% no último ano, mostra o levantamento. As abordagens totalmente flexíveis sobre presença já quase não existem mais: caíram de 41% para 15%. Outra pesquisa da consultoria revela que na América Latina 60% das empresas já adotam a semana de cinco dias no presencial, comparado a 43% na região dos Estados Unidos e Canadá.
Taxa de uso dos espaços deve crescer pelo terceiro ano
Nesse contexto, a taxa de utilização dos escritórios deve crescer pelo terceiro ano seguido e superar o nível pré-pandemia, para 79% em 2025. Essa métrica compreende não apenas o espaço que está locado (ocupação), mas também a frequência e o tempo em que os funcionários permanecem ali. O indicador vem se recuperando mais rápido na América Latina, onde o nível já está em 58%, ante 54% globalmente.
Para otimizar os espaços e reduzir custos, as empresas indicam não só que vão cobrar mais presença no escritório, como também caminham para reduzir as áreas de trabalho. Outra tendência que fica mais clara é a de compartilhamento de mesas. Mundialmente, foi identificado uma perspectiva de ampliar o uso combinado de assentos de 1,1 pessoa para 1,3 pessoa. O levantamento foi feito com cerca de 100 grandes corporações no mundo todo, responsáveis por alugar 70 milhões de metros quadrados.