
Durante muito tempo, as campanhas de selinhos colecionáveis foram vistas como algo ultrapassado no varejo supermercadista. Mas, na visão de Daniel Milagres, CMO do Hortifruti Natural da Terra, essa estratégia tradicional tem mostrado que ainda entrega — e muito.
“Quando entrei na companhia, confesso que era bem cético. Achei que selinho físico não fazia mais sentido num mundo tão digital. Mas herdei uma campanha em andamento e, a partir dela, meu olhar mudou completamente”, afirma.
O motivo da virada? Os resultados. Segundo Milagres, clientes participantes das ações chegaram a apresentar aumento de até 15% no ticket médio e 20% a mais de frequência nas lojas.
Mais do que isso, os selinhos despertam engajamento emocional. “O que mais me surpreendeu foi a conexão com o público. Vai além do racional: as pessoas voltam à loja para colar seus selinhos, completar a cartela, participar. Isso cria senso de pertencimento.”
Os benefícios vão além do relacionamento com o cliente. Fornecedores parceiros também saem ganhando. “Já vimos marcas crescerem 300% em vendas durante o período das campanhas. É um formato em que todos se beneficiam — cliente, indústria e varejista.”
Para o executivo, o segredo está em unir o melhor dos dois mundos. “Não é sobre escolher entre físico e digital. É sobre somar. O selinho gera vínculo emocional e, quando combinado com dados e tecnologia, se torna uma ferramenta muito poderosa.”
A recomendação, no entanto, é fazer tudo com planejamento. “É importante cuidar dos estoques, garantir contratos bem definidos — principalmente se houver brindes importados — e preparar as equipes. O engajamento do time faz toda a diferença.”
Na opinião de Milagres, os selinhos ainda têm vida longa. “Eles entregam resultado e constroem marca. Não é só sobre vender mais, é sobre criar vínculo com o cliente. E isso, no varejo atual, é essencial.”