Veículo: Estadão
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Data: 15/08/2025

Editoria: Shopping Pátio Higienópolis
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IBGE: Volume de serviços prestados avança 0,3% em junho ante maio, mas indica desaceleração

setor de serviços encerrou o primeiro semestre levemente no azul. O volume de serviços prestados no País cresceu 0,3% em junho ante maio, o quinto mês seguido de avanços, alcançando assim novo patamar recorde na série histórica da Pesquisa Mensal de Serviços, iniciada em 2011 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Apesar da expansão, há sinais de desaceleração no consumo, destacou o economista-chefe do banco BV, Roberto Padovani. Na passagem de maio para junho, o avanço foi concentrado em apenas uma atividade, a de transportes, com elevação de 1,5%. Houve perdas nos serviços prestados às famílias (-1,4%), outros serviços (-1,3%), informação e comunicação (-0,2%) e serviços profissionais, administrativos e complementares (-0,1%).

“Como analista, olho o muito o serviço às famílias, que seria uma aproximação para renda, consumo mesmo. Consumo é parte importante do PIB (Produto Interno Bruto). E aí houve uma terceira retração na sequência”, lembrou Padovani. “Mesmo com o número melhor que o esperado, há sinais de desaceleração no consumo”, completou.

Desempenho positivo dos transportes foi impulsionado pelo transporte rodoviário de cargas e pelo aéreo de passageiros
Desempenho positivo dos transportes foi impulsionado pelo transporte rodoviário de cargas e pelo aéreo de passageiros Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Para o economista Antonio Macedo, do banco Daycoval, a tendência é de desaceleração mais intensa do setor de serviços apenas no segundo semestre, devido aos efeitos da política monetária restritiva.

“Já estávamos com um cenário de que haveria sinais de desaceleração mais fortes no consumo (no varejo) e na indústria, mas com serviços ainda resilientes no segundo trimestre”, afirmou Macedo, que prevê uma alta de 0,4% para o PIB no segundo trimestre.

Os serviços acumularam um crescimento de 2,0% nos últimos cinco meses seguidos de altas. Por ora, em 2025, os serviços só recuaram em janeiro, -0,4%, lembrou Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa do IBGE. Nos demais meses houve avanços: fevereiro (0,8%), março (0,3%), abril (0,4%), maio (0,2%) e junho (0,3%). A magnitude de crescimento de serviços permanece não tão alta, por conta da base de comparação já elevada, justificou Lobo.

Na passagem de maio para junho, o desempenho positivo dos transportes foi impulsionado pelo transporte rodoviário de cargas e pelo aéreo de passageiros. O transporte de cargas foi puxado pelo maior dinamismo da economia, estando relacionado ao escoamento da safra agrícola, insumos e bens industriais.

Já o avanço do transporte aéreo tem influência da queda no preço das passagens aéreas, usada como deflator para o desempenho da receita das empresas do setor.

“O transporte aéreo de passageiros é uma atividade importante que tem puxado o setor de serviços, que tem ajudado a explicar também o crescimento dos serviços no ano”, disse Lobo.

Na comparação com junho de 2024, o volume de serviços avançou 2,8% em junho de 2025, a 15ª taxa positiva seguida. Os serviços subiram 1,1% no segundo trimestre de 2025 ante o primeiro trimestre do ano. Na comparação com o segundo trimestre de 2024, houve uma expansão de 2,8% no segundo trimestre de 2025.