
Para o CEO da Casas Bahia (BHIA3), Renato Franklin, a capacidade de execução da companhia está comprovada, uma vez que a varejista está há sete trimestres entregando melhorias no desempenho operacional.
Mesmo com o impacto expressivo de uma taxa básica de juros (Selic) em 15%, em meio a um cenário macroeconômico difícil, Franklin destaca a disciplina financeira da varejista e a execução do seu plano de transformação.
“É um crescimento com disciplina e foco na rentabilidade. É o sétimo trimestre consecutivo entregando melhora da margem Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização)”, disse o CEO durante teleconferência de resultados nesta quinta-feira (14).
Para lidar com o cenário adverso, Renato Franklin, e Elcio Ito, CFO da Casas Bahia, enfatizam a mensagem de disciplina financeira da companhia, que evita o crescimento a qualquer custo. “O foco é rentabilidade ao invés de crescimento”, disse.
Neste sentido, a companhia prefere avançar sem correr riscos em relação ao crediário, em uma abordagem conservadora que não comprometa a construção em que vem trabalhando nos últimos anos.
O CEO destacou a recente conversão de R$ 1,6 bi de dívidas em ações, que tornou a Mapa Capital a maior acionista da companhia.
“É muito importante não só em estrutura de capital, mas também evidencia a confiança da Mapa Capital na administração da companhia e na estratégia que estamos executando hoje”, disse Renato Franklin.
Segundo ele, esse movimento da gestora vai destravar a aceleração do plano de transformação.
Entre as mudanças já realizadas, o número do conselho de administração da Casas Bahia passou de cinco para sete membros, com a manutenção de quatro atuais e indicação de três nomes pela gestora.
Foco permanece nas lojas físicas
O CEO evidenciou durante a teleconferência que o foco da Casas Bahia permanece em lojas físicas, no entanto, não manterão abertas lojas com margem negativa.
Dessa maneira, houve o fechamento de 22 lojas fechadas nesse trimestre. Dessas, o CEO aponta que 20 estavam em shoppings atingindo um público de renda mais alta, que a Casas Bahia visa atender pelo canal digital.
Apesar do foco no físico, a diretoria da varejista vê no digital uma complementariedade e há atenção com o nível de demanda, de maneira a utilizar de ambos canais.
“Temos uma estratégia bem definida para aumentar participação do digital, mas não temos uma prioridade de curto prazo para alocação de capital nessa parte. A prioridade é o físico, mas quando a demanda puxa para o digital, olhamos para isso” coloca o CEO.
O 2T25 da Casas Bahia
A companhia reportou um prejuízo líquido de R$ 555 milhões no segundo trimestre de 2025 (2T25), uma reversão do lucro de R$ 37 milhões reportado no mesmo período do ano anterior.
Na linha ajustada pela modificação da dívida e atualização monetária, o resultado fica negativo em R$ 423 milhões, uma piora de 10,1% ante o mesmo trimestre em 2024.
O prejuízo da varejista veio pior do que as estimativas do mercado. Consenso reunido pela Bloomberg apontava para um prejuízo líquido de R$ 285 milhões no período.
A companhia atribui o resultado à alta taxa de juros, apesar da retomada de crescimento de receita e melhora gradual da rentabilidade.