Veículo: Info Money
Clique aqui para ler a notícia na fonte
Região:
Estado:
Alcance:

Data: 14/08/2025

Editoria: L-Founders, Magazine Luiza, Pão de Açúcar, Renner
Assuntos:

GPA, Renner, Magalu: ações de varejo e consumo caem com dados frustrantes do setor

As vendas no varejo brasileiro frustraram as expectativas e encerraram o segundo trimestre com queda em junho pelo terceiro mês seguido

Lara RizérioAgências de notícias

13/08/2025 17h31 • Atualizado 24 horas atrás

Alimentos em supermercado (Foto: Divulgação/Pão de Açúcar)
Alimentos em supermercado (Foto: Divulgação/Pão de Açúcar)

As ações das empresas de consumo e varejo registraram uma sessão de fortes perdas nesta quarta-feira (13), com base nos dados de vendas de varejo.

No topo das maiores baixas, CVC Brasil (CVCB3) liderou o recuo, com queda de 10,78%, seguida de perto por GPA (PCAR3), que caiu 10,56%. Outros destaques negativos incluem Petz (PETZ3), com baixa de 5,91%, e Assaí (ASAI3), que recuou 4,98%.

Magazine Luiza (MGLU3) caiu 4,27% e Lojas Renner (LREN3) teve recuo de 3,77%. Entre as empresas de educação, Cogna (COGN3) teve queda de 4,01%, enquanto Yduqs (YDUQ3) caiu 3,42%. No segmento de construção e materiais, Azzas 2154 (AZZA3) e Cyrela (CYRE3) tiveram perdas de 3,84% e 2,33%, respectivamente.

O movimento de queda generalizada indica um dia de aversão ao risco no mercado brasileiro, afetando setores diversos e refletindo um cenário de cautela entre os investidores.

As vendas no varejo brasileiro frustraram as expectativas e encerraram o segundo trimestre com queda em junho pelo terceiro mês seguido, em uma acomodação após terem mostrado força no início do ano e reforçando as perspectivas de um arrefecimento da atividade.

Em junho, as vendas tiveram recuo de 0,1% na comparação com o mês anterior, contra expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,7% e após quedas de 0,4% em maio e 0,3% em abril.

O resultado divulgado nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou ainda que, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, houve alta de 0,3% nas vendas, contra expectativa de avanço de 2,4%.

Com isso, as vendas varejistas encerraram o segundo trimestre com alta de 0,1% sobre os três meses anteriores, desacelerando ante os ganhos de 0,7% no primeiro trimestre, segundo o IBGE.

A expectativa entre analistas é de desaceleração gradual no ritmo do comércio ao longo do ano sob o impacto do aperto monetário realizado pelo Banco Central, que começa a aparecer de forma mais clara e afeta o crédito. A taxa básica de juros Selic está atualmente em 15% e o BC já indicou que ela seguirá em patamar elevado por tempo prolongado.

“Vão se avolumando os sinais de desaceleração da atividade, com destaque para a fraqueza do comércio, que acumula três meses consecutivos de queda e já mostra recuos em segmentos antes resilientes”, afirmou Leonardo Costa, economista do ASA.

Por outro lado, ainda sustentam o consumo um mercado de trabalho aquecido com massa salarial robusta, enquanto pesam as incertezas provocadas pela tarifa de 50% dos Estados Unidos sobre as exportações brasileiras que entraram em vigor neste mês.

“O que ainda há de positivo para o comércio é o crescimento e melhora do mercado de trabalho com mais ocupação, mais renda e avanço da massa salarial. Isso ajuda no poder de compra”, disse Cristiano Santos, gerente da pesquisa no IBGE.

“Os efeitos no varejo do tarifaço são esperados. Temos que ver como vão se dar os impactos. É um fator complexo e temos que esperar o que vai ocorrer na prática, porque podem surgir variáveis que não estão sendo contempladas agora”, completou.

Entre as oito atividades na pesquisa do IBGE sobre o varejo, cinco apresentaram perdas: Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-2,7%); Livros, jornais, revistas e papelaria (-1,5%); Móveis e eletrodomésticos (-1,2%); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-0,9%); e Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,5%).

Apresentaram resultados positivos em junho Outros artigos de uso pessoal e doméstico (1,0%), Tecidos, vestuário e calçados (0,5%) e Combustíveis e lubrificantes (0,3%).

No comércio varejista ampliado, que inclui as atividades de veículos, motos, partes e peças; material de construção e atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo, o volume de vendas caiu 2,5% em junho sobre o mês anterior.

Já para a Genial Investimentos, embora o desempenho do setor varejista indique que o setor iniciou uma trajetória de desaceleração ao longo do 2T25, a avaliação segue de que o setor segue resiliente, se encontrando ainda próximo do patamar mais elevado da sua série histórica, mesmo diante de um contexto macroeconômico bastante adverso.

“Dessa forma, avaliamos que a leitura de junho corrobora a nossa perspectiva de arrefecimento gradual da economia brasileira ao longo dos próximos trimestres, de modo que, diferentemente do ano passado, não devemos ser surpreendidos com revisões altistas para a estimativa de expansão do PIB no ano”, avalia.