Veículo: Info Money
Clique aqui para ler a notícia na fonte
Região:
Estado:
Alcance:

Data: 11/08/2025

Editoria: L-Founders, Renner
Assuntos:

LREN3: por que as ações da Lojas Renner desabaram 7% mesmo com resultados positivos?

Investidores embolsam os lucros recentes após queda recente de ações, mas seguem no geral positivos para companhia

Lara RizérioAgências de notícias

08/08/2025 17h56 • Atualizado 3 dias atrás

(Crédito editorial: rafapress / Shutterstock.com)
(Crédito editorial: rafapress / Shutterstock.com)

A visão geral do mercado é de que os resultados foram bastante positivos, ainda que com algumas linhas não tão positivas do balanço.

Na visão da XP Investimentos, os números ficaram em linha com o consenso, com forte desempenho em Vendas Mesmas Lojas (SSS) de vestuário e margem bruta, embora com despesas administrativas (SG&A) mais elevadas, que também abalam a percepção do mercado.

“Embora não tenha sido um resultado acima do esperado, os números trazem métricas importantes que sustentam nossa visão construtiva para o futuro, a saber: (i) Forte desempenho em SSS, superando os pares, parcialmente explicado por uma base de comparação mais fácil, mas também contando com uma maior produtividade base; e (ii) Margem bruta acima do esperado, que foi um KPI (indicador) chave monitorado para avaliar o sucesso dos investimentos estratégicos da empresa, com a gestão destacando que ainda há muito potencial a ser capturado”, aponta a XP, que mantém recomendação de compra.

No varejo, aponta a XP, a margem bruta subiu 0,90 ponto percentual ano a ano (+0,80 ponto percentual, ou p.p., versus estimativa XP), superando as expectativas mais uma vez, devido a um mix favorável (mais produtos de inverno), menores níveis de descontos e aumentos de preços.

Enquanto isso, a margem Ebitda ajustada (IFRS, excluindo créditos fiscais) subiu 2 pontos percentuais, com o varejo crescendo 2,90 p.p, pois a empresa conseguiu diluir as despesas administrativas apesar do aumento das despesas variáveis, SOP e provisões para bônus e mão de obra.

Já o JPMorgan aponta que, embora a Renner tenha reportado bons resultados no 2T25, com LPA (Lucro Por Ação) ajustado de R$ 0,35 em relação aos R$ 0,26 do ano passado, os números ficaram cerca de 10% abaixo da projeção do banco e do consenso, devido a perdas monetárias com despesas financeiras acima do esperado e a uma perda em relação ao resultado Realize.

“Observando as tendências operacionais, o Ebitda do varejo principal ficou em linha com as nossas estimativas revisadas para cima e o consenso, enquanto registrou um forte crescimento de 17,3% no SSS (contra 15,8% previsto), além das comparações suaves do 2T24, devido à situação das enchentes do ano passado [no Rio Grande do Sul]”, avalia.

Ainda assim, do ponto de vista de fundamentos, o alto crescimento foi acompanhado por sinais de uma execução fortalecida que podem ser bem recebidos pelos investidores, como: 1) uma margem bruta mais forte do que o esperado, refletindo baixas remarcações e maior capacidade de resposta; 2) sólida alavancagem operacional e 3) uma margem Ebitda para a Unidade de Negócios de Varejo próxima aos níveis de 2019 — sugerindo que uma alavancagem operacional potencialmente melhor poderia levar a lucratividade aos seus níveis máximos mais cedo do que o esperado; e 4) um FCF (fluxo de caixa livre) que deve continuar a ser convertido em dinheiro de volta aos acionistas.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da Energisa no período somou R$ 1,94 bilhão

O banco, mesmo vendo tendências operacionais positivas, acreditava que a reação positiva esperada do preço das ações deveria ser atenuada pelo desempenho superior desta semana em 6% em relação ao Ibovespa. A recomendação segue overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra) para os ativos.

A Monte Bravo ressaltou que a estrutura de capital da companhia continua bastante tranquila e que a Renner hoje é uma das poucas empresas brasileiras no varejo que tem mais caixa do que dívida.

“Apesar de estarmos confortáveis com a tese de Renner hoje, entendemos que o segmento que a companhia opera tem sido um dos mais complexos nos últimos anos. Isso acontece por alguns fatores: (i) entrada de plataformas internacionais no mercado; (ii) revolução no marketing e na maneira de promover novas coleções; (iii) competição de fintechs no nicho de crédito que operava; (iv) desafio de lançar novas coleções graças às oscilações de temperatura dentro de uma mesma estação; e (v) maior penetração de e-commerce”, avalia. De qualquer forma, a casa segue com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 20,50.

A Genial Investimentos também segue confiante com a tese. “Vemos espaço para a Renner continuar entregando bons resultados no 2º semestre, amparada pelo aumento da renda disponível, maior investimento em expansão de lojas e um ambiente mais favorável para o consumo discricionário de tíquete baixo. Reiteramos nossa recomendação de compra”, avalia.

Indicações da teleconferência

Em conferência com analistas, o presidente-executivo, Fabio Faccio, e o diretor financeiro, Daniel Martins, disseram que o desempenho está sendo afetado por gastos elevados.

“Nossos patamares de despesas ainda não estão onde gostaríamos, mas temos certeza que os investimentos realizados nos permitirão um crescimento de vendas superior ao das despesas”, disse Martins.

O crescimento das vendas foi apoiado pelo incremento de preços, representando 60%, enquanto 40% foi devido ao volume.

Para o segundo semestre, os executivos esperam ajustes de preço próximos à inflação, e Faccio acrescentou que ainda vê espaço para continuar repassando custos aos preços.

“Quando a gente olha no cenário competitivo, acho que o nosso (preço) é o que está crescendo menos”, disse ele.

De acordo com analistas da BTG, a empresa pode apresentar sinais positivos nos próximos trimestres apesar de enfrentar um crescimento mais lento e desafios para recuperar margens em um segmento mais competitivo, além de uma desaceleração esperada no segundo semestre de 2025 especialmente devido a comparações mais difíceis.

Segundo Luiz Guanais e equipe, a empresa oferece um potencial de valorização atrativo, com possibilidade de melhoria na margem bruta e execução consistente do segundo trimestre, comprovada pelo crescimento das vendas nas mesmas lojas e expansão da margem.