O comércio eletrônico brasileiro entra em 2026 em uma fase marcada pela maturidade digital do consumidor. 88% dos brasileiros ouvidos no estudo “E-commerce Trends 2026” compram pela internet ao menos uma vez por mês e um terço faz compras semanais ou mais frequentes, mesmo que 93% dos consumidores ainda temam ser vítimas de fraudes nas compras digitais.
Preços mais competitivos (61%) correspondem à principal motivação para as compras online. Em seguida, aparecem impulsos como a praticidade de comprar sem sair de casa (58%), promoções encontradas exclusivamente no ambiente digital (51%), facilidade para comparar preços (48%) e variedade de produtos (40%).
De modo geral, 59% planejam aumentar o volume de compras online nos próximos 12 meses, enquanto apenas 3% pretendem reduzir. O levantamento ouviu 2.008 consumidores de todas as regiões do país, todos com pelo menos uma compra online nos últimos seis meses.
A integração de canais, como retirada em loja e trocas presenciais de produtos adquiridos pela internet, aparece como diferencial competitivo. 85% dos entrevistados já pesquisaram em uma loja e compraram online, enquanto 71% fizeram o caminho inverso. Além disso, 80% já compraram online com retirada na loja e 60% já optaram por receber em casa uma compra feita presencialmente.
Logística e custo de frete continuam sendo pontos críticos. O valor da entrega já levou 93% dos consumidores a abandonarem carrinhos e 85% desistiram de compras por causa do prazo. Outro fator decisivo é a confiança: 93% já evitaram comprar por medo de fraude e 55% afirmam ter sido vítimas de golpes, sendo o não recebimento do produto a ocorrência mais comum (61%).
A problemática das fraudes
O receio de cair em golpes nunca foi tão alto no e-commerce brasileiro. Em 2025, 93% dos consumidores afirmam já ter deixado de comprar online por medo de fraude — o maior índice desde o início da série histórica, em 2022. O dado sinaliza um alerta direto ao mercado: mesmo com avanços em tecnologia e segurança, a percepção de risco ainda compromete as vendas.
O problema vai além da desconfiança: mais da metade dos consumidores já foi vítima de algum tipo de golpe, principalmente casos em que o produto não chegou ou a loja simplesmente não existia. Em função disso, 53% dos entrevistados já abandonaram uma compra para evitar o que julgam ser uma fraude.
Entre os fatores que fazem um e-commerce parecer fraude aos olhos do cliente, destacam-se: ausência de avaliações de outros clientes (65%), não encontrar a loja no Google (53%), aparência pouco confiável no site e/ou app (53%), falta de informações sobre os produtos (51%) e ausência da marca nas redes sociais (38%).
Fortalezas Digitais
O celular é a principal ferramenta de compra, responsável por 78% das transações online. Mais da metade (54%) dos consumidores realiza suas compras à noite, fora do horário comercial, reforçando a importância de canais de atendimento disponíveis 24 horas. Neste quesito, o WhatsApp (37%) ultrapassou o chat online (34%) como meio preferido para esclarecer dúvidas.
As redes sociais exercem influência crescente: 71% já compraram algo anunciado nessas plataformas, e quase metade dos entrevistados (47%) realizaram compras a partir de indicações de influenciadores digitais. As figuras midiáticas exercem mais impacto sobre as mulheres (50%) e jovens entre 16 e 29 anos (51%).
As avaliações de outros clientes seguem como um dos pilares da decisão de compra: 91% já desistiram de adquirir um item após comentários negativos e 85% deixaram de comprar por receio de que o produto não servisse ou não correspondesse à descrição.
O estudo destaca a chegada da inteligência artificial como fonte de pesquisa já que 26% já utilizam ferramentas como ChatGPT e Gemini para buscar informações sobre produtos.