O Iguatemi segue colhendo os frutos de decisões estratégicas e da qualificação de seu portfólio, afirmou o CEO da companhia, Ciro Neto. “Mais do que fechar nossa curva de ocupação, o foco tem sido em marcas diferenciadas e melhorias estruturais nos ativos”, disse em teleconferência, nesta quarta-feira (06). No trimestre, as vendas por mesmas áreas (SAS) avançaram 14,4%, refletindo a robustez operacional e a consolidação de iniciativas recentes.
Entre os destaques, o executivo mencionou a inauguração de operações como a Alo Yoga, que fortalece o mix dos empreendimentos, e a realização de eventos como o Cine Vista e a tradicional festa junina no Iguatemi São Paulo, que contribuíram para o aumento do fluxo e das vendas. No final de junho, a companhia ajustou sua participação nos shoppings Pátio Paulista e Pátio Higienópolis, transferindo 10% das vendas do Pátio Paulista para a Funcef.
A companhia assumiu a gestão do Pátio Paulista e destacou a agilidade da transição: “Tivemos 40 dias úteis para concluir o ‘take over’ sem qualquer impacto operacional”. Segundo Neto, o shopping tem alta taxa de ocupação e oferece espaço para melhorias.
Já o Rio Sul, cuja gestão foi assumida em 2023, passou por diagnóstico estratégico semelhante e apresenta receita recorrente forte e público qualificado — com 30% de turistas. “Estamos estudando renovações no mix, com marcas que aportem maior metragem e aumentem o resultado operacional líquido do ativo”.
O executivo explica que a companhia está em uma fase de consolidação após completar um ciclo importante de movimentação de portfólio, com a incorporação dos shoppings Pátio Paulista e Rio Sul, além do aumento de participação no Higienópolis. “Esses empreendimentos já contribuem para a robustez da companhia e trarão frutos significativos nos próximos trimestres.”
Apesar de manter o foco atual na integração e qualificação desses ativos, a rede segue atenta a novas oportunidades de mercado, mas com uma visão estratégica seletiva e de longo prazo. Entre os projetos prioritários para os próximos anos estão a expansão do Iguatemi Brasília, o retrofit do Shopping Market Place e a conclusão do desenvolvimento do bairro Figueira. “Temos entregas relevantes em casa, mas seguimos com o radar ligado para movimentos que façam sentido dentro da nossa proposta de valor”, concluiu.
O Iguatemi registrou um trimestre forte em desempenho operacional e financeiro, com receita líquida de R$ 389 milhões — alta de 22% em relação ao mesmo período do ano anterior. Segundo o diretor financeiro da companhia, Guido Oliveira, o avanço foi impulsionado, entre outros fatores, pela entrada dos shoppings Rio Sul e Pátio Paulista no portfólio, que agora figuram entre os cinco melhores ativos da rede. “Com essas aquisições, passamos a ter a segunda maior venda total do Estado [de São Paulo] e um crescimento de 22% no semestre”, afirmou.
As vendas mesmas lojas (SSS) subiram 12,1%, enquanto as vendas por mesmas áreas (SAS) aumentaram 14,4%. Os aluguéis também registraram expansão: 10,4% nas mesmas lojas (SSR) e 10% nas mesmas áreas (SAR), todos com forte avanço frente ao mesmo trimestre de 2024.
No desempenho por segmento, moda, calçados e artigos de couro lideraram com força, seguidos por joalherias, com crescimento de 19%. O mês de julho também foi positivo, com alta de 25,4% nas vendas, puxadas pela moda nacional e internacional. “Isso mostra a resiliência do varejo”, avaliou Oliveira.
O segmento de saúde e beleza avançou 13%, enquanto o único destaque negativo foi o setor de entretenimento, impactado por uma safra mais fraca de lançamentos no cinema. A previsão é de uma despesa adicional de R$ 100 milhões no próximo trimestre, associada à expansão de portfólio e novas locações já contratadas.