Veículo: Mercado & Consumo
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Data: 28/07/2025

Editoria: Shopping Pátio Higienópolis
Assuntos:

Quais os potenciais impactos do tarifaço de Trump no varejo e no consumo?

Impactos previsíveis no varejo norte-americano

Ainda que seja tema que diz mais respeito aos Estados Unidos e considerando que 78% das exportações brasileiras para o mercado norte-americano são de produtos industriais, pode-se afirmar que, mantida a taxação, haverá aumento importante nessas categoriais no preço praticado para absorver no todo ou em parte essa mudança na tarifação.

Na área do agronegócio, foram US$ 12,1 bilhões exportados em 2024, envolvendo café, suco de laranja, carne, frutas e outros produtos que chegarão mais caros aos consumidores, pois não se conseguirá absorver esse aumento no custo.

De qualquer forma, serão buscadas alternativas de fornecimento em termos globais, o que também não é simples, fácil e possível de acontecer em espaço curto de tempo. Ainda mais considerando as condições altamente competitivas dos produtos exportados pelo Brasil nesses setores.

Numa economia que vem enfrentando problemas com inflação de preços no varejo, será um elemento a mais de pressão e poderá conspirar contra a imagem do próprio governo norte-americano.

Para os varejistas dos Estados Unidos, será uma nova questão, em especial quando as margens já estão bem pressionadas.

Um caminho possível é a busca de aumento das participações de produtos de marca própria, área em que existe uma eventual possibilidade de absorção de ao menos parte do aumento de custos.

Potenciais impactos no varejo brasileiro

De curto, curtíssimo prazo, na tentativa de redirecionar para o mercado interno parte do que estava previsto para ser exportado poderemos ter uma pequena redução do preço dos produtos destinados ao mercado externo.

Se acontecer, será algo efêmero e limitado, e apenas para evitar a eventual perda de produtos com ciclo de vida mais curto. Nada mais do que isso.

Como resultado, poderá haver aumento da oferta desses produtos, em especial do agronegócio, no mercado interno com redução de preço.

Não podemos esquecer que os níveis de oferta de produtos para o mercado interno já estão configurados há algum tempo e no momento temos um claro movimento de retração de demanda em alimentos por conta da inflação de preços no consumo interno e externo ao lar. Ou seja, a margem para absorção de curto prazo desses produtos é muito limitada.

Em outras categorias envolvendo bens industriais, o comportamento da demanda dá mostras de retração de forma geral e talvez só com exceção das categorias de saúde, beleza e bem-estar.

A combinação das elevadas taxas de juros e seu impacto no crédito e no consumo com o menor crescimento da renda no setor privado, mais a elevada inadimplência e a débil confiança do consumidor, provocam o efeito esperado de menor expansão do comércio e do varejo. Isso já dá mostras de acontecer em todo o País. Essa situação limita as possibilidades de absorção do que não será exportado, seja como insumo, seja como produto na ponta do consumo.

Para reflexão final

A história irá registrar esse momento como mais um exemplo do presidente da maior economia do mundo à época metendo os pés pelas mãos, criando conflitos desnecessários, afastando parceiros estratégicos e reduzindo de forma dramática o protagonismo político, econômico e financeiro dos Estados Unidos.

E acelerando a expansão econômica, política e tecnológica da China no mundo. Assim como reduzindo o tempo em que a maior economia no critério PPP (Paridade de Poder de Compra) da China deverá se tornar a maior sob qualquer critério.

Em especial se esse movimento acelerar a perda de relevância e cautela com o uso do dólar como moeda básica nas transações transnacionais.

Sem dúvida, uma obra única no seu poder destruidor.

A história confirmará.