O possível aumento do IOF sobre compras internacionais pode impulsionar a demanda por artigos de luxo no Brasil, especialmente no setor de moda. A expectativa é que, com o encarecimento das operações no exterior — como uso de cartões de crédito e débito fora do país — consumidores optem por adquirir bolsas, sapatos e acessórios diretamente no mercado interno.

Segundo Lilian Marques, CEO do marketplace de alto padrão Front Row, o movimento pode fortalecer as chamadas resellers e plataformas especializadas em produtos de luxo seminovos. “A alta do IOF desestimula o turismo de consumo, mas o mercado nacional oferece alternativas competitivas, com parcelamento facilitado e disponibilidade de itens que muitas vezes têm fila de espera em lojas internacionais”, afirma.
Com cerca de 4 mil clientes recorrentes e ticket médio de R$ 55 mil, a Front Row tem visto crescer o número de consumidores que tratam artigos de luxo como investimento. “Bolsas e joias têm sido adquiridas como reserva de valor, em um cenário em que a exclusividade tende a aumentar”, diz a executiva.
O aumento do IOF está atualmente suspenso por decisão do STF, que marcou para 15 de julho uma audiência de conciliação entre Executivo e Legislativo. A proposta inicial previa o aumento da alíquota de 1,1% para 3,5% na compra de moeda em espécie e de 3,38% para 3,5% nas transações com cartões e cheques de viagem. Se confirmada, a mudança pode reposicionar o mercado de luxo nacional como alternativa ao consumo internacional.