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Data: 11/07/2025

Editoria: Shopping Pátio Higienópolis
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Essas são as empresas listadas na Bolsa mais expostas ao tarifaço de Trump

Um relatório da área de análise da XP Investimentos, divulgado hoje, mapeou as empresas brasileiras com maior exposição às exportações para os Estados Unidos — e, portanto, mais suscetíveis ao impacto do novo pacote de tarifas anunciado pelo ex-presidente Donald Trump.

Apesar de avaliar que o efeito macroeconômico da medida é limitado, a XP destaca que o “impacto” pode ser relevante no plano microeconômico e político, sobretudo para setores com forte presença no comércio bilateral.

Embraer (aeroespacial)

  • 23,8% das receitas vêm das exportações para os EUA

Suzano (celulose)

  • 16,6% das receitas vêm das exportações para os EUA

Tupy (autopeças e fundidos industriais)

  • 13,9% das receitas vêm das exportações para os EUA

Jalles Machado (açúcar e etanol)

  • 11% das receitas vêm das exportações para os EUA

Fras-le (sistemas de freio e componentes automotivos)

  • 10,8% das receitas vêm das exportações para os EUA

Weg (equipamentos eletroeletrônicos e motores industriais)

  • 9,1% das receitas vêm das exportações para os EUA

Minerva (carne)

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  • Entre 8% e 15% das receitas vêm das exportações para os EUA

Randoncorp (implementos rodoviários e logística)

  • 6,4% das receitas vêm das exportações para os EUA

Cosan (combustíveis e lubrificantes)

  • 6% das receitas vêm das exportações para os EUA

Iochpe-Maxion (componentes automotivos)

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  • 5,4% das receitas vêm das exportações para os EUA

Alpargatas (calçados)

  • 4% das receitas vêm das exportações para os EUA

CSN (siderurgia e mineração)

  • 4% das receitas vêm das exportações para os EUA

Petrobras (petróleo e derivados)

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  • 4% das receitas vêm das exportações para os EUA

Unipar (químicos e PVC)

  • 4% das receitas vêm das exportações para os EUA

CBA (alumínio)

  • 3,2% das receitas vêm das exportações para os EUA

Azzas 2154 (varejo de moda)

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  • 3% das receitas vêm das exportações para os EUA

Vale (mineração – principalmente ferro)

  • 2,8% das receitas vêm das exportações para os EUA

Usiminas (siderurgia)

  • 2,6% das receitas vêm das exportações para os EUA

Klabin (celulose e embalagens)

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  • 1,8% das receitas vêm das exportações para os EUA

Braskem (petroquímica)

  • Menos de 1% das receitas vêm das exportações para os EUA

Setores mais impactados pelas tarifas

Segundo o relatório da XP, as novas tarifas de 50% anunciadas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros podem reduzir o crescimento do PIB do Brasil em 0,3 ponto percentual em 2025 e 0,5 ponto percentual em 2026.

O impacto direto viria da queda nas exportações, com uma retração de US$ 6,5 bilhões ainda este ano e de US$ 16,5 bilhões no ano seguinte. Os economistas da XP apontam que o efeito mais agudo deve se concentrar sobre os setores exportadores de manufaturados, que representam cerca de 40% das vendas brasileiras para os EUA e têm menor capacidade de redirecionamento para outros mercados.

O estudo foi elaborado pelos economista-chefe da XP Caio Megale, e pelos economistas Rodolfo Margato, Alexandre Maluf, Luíza Pinese e Vinicius Meggiolaro.

Embora o impacto macroeconômico geral seja limitado, o relatório alerta para consequências relevantes em setores específicos — como aeroespacial, siderurgia, celulose e alimentos — e destaca riscos adicionais caso o governo brasileiro opte por retaliar com tarifas próprias.

Nesse cenário, haveria aumento de custos de produção em cadeias como a de combustíveis, insumos farmacêuticos e transporte, com potencial repasse à inflação. A XP também vê o câmbio como principal canal de contaminação inflacionária, com risco de desvalorização do real caso aumente a percepção de instabilidade no ambiente externo e comercial.

A exposição ao mercado americano não está distribuída de forma homogênea entre os setores. A XP destaca que os segmentos de aeroespacial, autopeças, siderurgia, petróleo e derivados, celulose e alimentos concentram o maior risco.

Entre os produtos brasileiros mais exportados para os EUA, os campeões são petróleo e derivados (18,85%), ferro e aço (14,73%), veículos e peças (6,85%) e commodities agrícolas como café e cacau (5,48%).