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Data: 03/07/2025

Editoria: Casas Bahia, L-Founders
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Controladora da Casas Bahia não deve vender novas ações, dizem fontes; AGD aprova plano

Expectativa da Mapa Capital, segundo pessoas a par do assunto, é que uma completa recuperação da empresa leve à valorização dos papéis
Por Adriana Mattos, Valor — São Paulo
02/07/2025 13h44 Atualizado há 2 horas

No atual processo de reestruturação da Casas Bahia, a Mapa Capital, nova controladora da varejista, tem interesse em manter as ações da companhia no longo prazo, até a completa recuperação da empresa, apurou o Valor com fontes a par do assunto.

A expectativa é que uma retomada da empresa leve à valorização dos papéis, por isso a manutenção da posição na rede. A Mapa não se manifesta sobre o assunto.

Na segunda-feira (30), credores debenturistas da empresa, de um saldo de R$ 1,56 bilhão, aprovaram as tratativas do plano de reestruturação que passam pela conversão dos papéis e os prazos de “lock-up” (restrição temporária para a venda das ações de uma empresa).

Se esse movimento da gestora se confirmar, reduz a possibilidade de circulação de novas ações da varejista no mercado, e eventual movimentação de aumento da participação do empresário Michael Klein na companhia. Klein deve ser diluído de 11% para 2% da varejista após o processo de conversão de debêntures em ações que tornou a Mapa na maior acionista da Casas Bahia. O mesmo deve ocorrer com os demais integrantes da família Klein, com outros 11%.

Cerca de 78% das ONs da rede estão no mercado, que também terá diluição significativa. Nesse processo, a Mapa deve ficar com uma posição em torno de 80% do capital. Há 281 mil acionistas na rede, sendo 1,1 mil pessoas jurídicas e 245 investidores institucionais. A ação acumula queda de 40% em 12 meses, e no ano sobe 6,5%.

Cerca de 78% das ONs da rede estão no mercado, que também terá diluição significativa. Nesse processo, a Mapa deve ficar com uma posição em torno de 80% do capital. Há 281 mil acionistas na rede, sendo 1,1 mil pessoas jurídicas e 245 investidores institucionais. A ação acumula queda de 40% em 12 meses, e no ano sobe 6,5%.

Aprovação da matéria

Nesta segunda-feira, ocorreu a assembleia geral de debenturistas (AGD) que aprovou as medidas do plano de transformação da companhia, incluindo a conversão da dívida de R$ 1,56 bilhão a partir de junho — o prazo anterior era outubro, mas um acordo já anunciado levou à antecipação desse prazo.

Com isso aprovado, a AGD libera a possibilidade de antecipar a conversão de 100% da debêntures emitidas em novas ações por um cálculo de preço determinado no acordo com os debenturistas.

Passada essa fase nesta semana, é que vem o processo de conversão dos títulos em si, com a diluição dos acionistas. O capital da Casas Bahia é formado por 95 milhões de ações ordinárias.

Cálculos de investidores projetam diluição na faixa de 80%.

Se isso ocorrer nesse patamar, os 78% de “free-float” cairão para 14%.

A partir daí, uma vez com os papéis em carteira, a Mapa decide se vende ou não apenas 10% no trimestre posterior à primeira conversão — e é aí que a tendência é que ela mantenha em carteira.

Pelo acordo, a acionista se comprometeu com lock-ups gradativos já pré-definidos e anunciados ao mercado, quando pode ou não se desfazer das ONs no mercado secundário, trimestre a trimestre, (em percentuais que variam de 10% a 30% das novas ONs) e isso se encerra em 16 meses.

A Mapa não era a detentora inicial da dívida, mas um acordo entre os bancos credores Bradesco e Banco do Brasil repassou a dívida à gestora.

Outro movimento imediato após a conversão é redução na alavancagem financeira da Casas Bahia. O atual plano, que envolve essa conversão em ações da 10ª emissão de debêntures da segunda série, deve cortar as despesas financeiras em R$ 230 milhões ao ano, segundo comunicado do grupo de junho.

Outra medida paralela, de melhora no cronograma de amortização e do período de carência de juros da primeira série da mesma emissão, deve levar a um fluxo de caixa adicional de R$ 400 milhões em dois anos.

Nesse processo, a empresa tende a ampliar linhas de crédito de bancos e de seguradoras, fundamental para buscar ser mais competitiva — a Casas Bahia pediu recuperação extrajudicial na metade de 2024 para renegociar dívidas de R$ 4,1 bilhões, inclusive esse lote com credores que foi alvo da AGD nesta semana.

 — Foto: Divulgação/Casas Bahia

— Foto: Divulgação/Casas Bahia