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Data: 30/06/2025

Editoria: Amazon, L-Founders, Mercado Livre, Shopee/Shein
Assuntos:

Amazon mira Mercado Livre e Shopee: veja como quer crescer no e-commerce do Brasil

A Amazon está apostando pesado no mercado brasileiro de comércio eletrônico. Com o avanço das plataformas concorrentes — como Shopee e Mercado Livre — e o apetite das empresas chinesas pela fatia brasileira do e-commerce, a companhia norte-americana decidiu acelerar sua estratégia de crescimento no país.

A principal cartada: expandir o programa Fulfillment by Amazon (FBA) para novas regiões e cortar tarifas logísticas de forma agressiva.

Amazon fortalece logística fora do eixo Sudeste

amazon

Imagem: Sundry Photography / Shutterstock.com

Mais centros de distribuição e alcance nacional

Até o final de 2025, o FBA estará operando em novos centros de distribuição da Amazon nos estados de Minas Gerais, Distrito Federal, Rio de Janeiro, Pernambuco e Ceará. A medida é parte de um plano de descentralização logística que visa encurtar distâncias, reduzir custos de entrega e melhorar a experiência de compra dos consumidores fora dos grandes centros urbanos, especialmente das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

“O objetivo é permitir que o vendedor local possa usar seu próprio CNPJ e manter os benefícios fiscais regionais”, explica Julia Salles, diretora do FBA no Brasil. Ela destaca que a operação passa a ser mais vantajosa para os parceiros, especialmente em estados como Minas Gerais e Santa Catarina, que oferecem incentivos para e-commerces locais.

Redução de tarifas busca atrair vendedores e fidelizar clientes

Cortes chegam a 89% em produtos de menor valor

Outro passo decisivo da Amazon será a redução expressiva nas tarifas logísticas do programa FBA, FBA Onsite e DBA (Delivery by Amazon), com início previsto para 1º de agosto de 2025.

  • Para produtos de até R$ 79, o desconto no FBA pode chegar a 89%, com tarifa fixa entre R$ 5,95 e R$ 6,35.
  • Para itens entre R$ 79 e R$ 200, os descontos variam entre 12% e 39%, conforme a faixa de preço.
  • No caso do FBA Onsite, os cortes seguem padrão semelhante, com foco em produtos entre R$ 79 e R$ 150.
  • Já no DBA, as tarifas cairão em até 66% para itens de R$ 79 a R$ 100, com reduções progressivas até a faixa de R$ 200.

Alívio ao empreendedor digital

Segundo a executiva, a ideia é aliviar os custos operacionais dos vendedores, muitos dos quais sofrem para manter margens diante da pressão por preços baixos. A Amazon, inclusive, irá absorver os custos da operação reduzida, apostando no aumento do volume de vendas como compensação de longo prazo.

“Essa é uma forma de impulsionar a saúde financeira do nosso ecossistema e, ao mesmo tempo, entregar mais valor ao cliente final”, afirma Salles.

Expansão é resposta ao avanço de concorrentes

Imagem de uma empreendedora embalando produtos

Imagem: Ground Picture / Shutterstock.com

Mercado Livre e Shopee aquecem disputa

A decisão da Amazon ocorre em um cenário de intensa movimentação dos principais concorrentes. O Mercado Livre, por exemplo, reduziu em junho o valor mínimo de frete grátis de R$ 79 para R$ 19, além de baixar tarifas de envio em até 40% para vendedores já ativos e 17% para novos parceiros.

A Shopee, por sua vez, segue investindo em logística própria, com centros de distribuição, parcerias com transportadoras nacionais e ampliação de categorias de produtos. O objetivo de ambas é acelerar as entregas e reduzir custos para manter a base de usuários crescente e cada vez mais exigente.

Fulfillment by Amazon: mais que armazenagem

Modelo completo e com gestão automatizada

Lançado no Brasil em 2020, o FBA permite que os vendedores enviem seus produtos diretamente aos centros da Amazon. A empresa se responsabiliza por armazenamento, embalagem, envio e atendimento pós-venda — uma proposta de valor relevante para quem deseja escalar o negócio com menor infraestrutura própria.

Até agora, o programa funcionava com limitações regionais. Vendedores de estados não atendidos tinham que abrir CNPJs em São Paulo ou Rio Grande do Sul para operar com o FBA, perdendo benefícios fiscais locais.

A nova etapa, com unidades em mais estados, corrige esse gargalo, tornando o programa mais acessível a milhares de pequenos e médios empreendedores digitais.

Desempenho da Amazon no Brasil em alta

Mais de 100 mil vendedores e 150 milhões de produtos

A estratégia já começa a render frutos. No primeiro trimestre de 2025, a Amazon Brasil registrou lucro líquido de US$ 17,1 bilhões, um salto de 64% em relação ao mesmo período do ano anterior. A receita líquida foi de US$ 155,7 bilhões, crescimento de 9%.

A empresa contabiliza hoje mais de 100 mil vendedores parceiros e 12 centros de distribuição, além de 150 polos logísticos espalhados pelo país. São mais de 150 milhões de produtos disponíveis em mais de 50 categorias, com entrega em todos os municípios brasileiros.

Sustentabilidade e logística inteligente

Menos transporte aéreo, mais eficiência

A expansão da Amazon também tem viés sustentável. Ao distribuir os produtos em centros logísticos mais próximos dos clientes, a empresa reduz a necessidade de transporte aéreo, o que representa menos emissão de carbono e maior eficiência.

“É um benefício ambiental e de negócio”, conclui Salles. “O cliente recebe mais rápido, o vendedor economiza, e o meio ambiente agradece.”

Com Informações de: Exame

Imagem: Hadrian / shutterstock.com