Distribuidores admitiram cláusulas de paridade de preços para clientes do tipo megastore

A Petlove entrou com recurso no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) contra a fusão da Petz e Cobasi, aprovada recentemente pela autarquia sem restrições. Na peça apresentada nesta segunda-feira, 23, a Petlove perguntou aos fornecedores de clientes do tipo megastore, como Petz e Cobasi, se é comum a existência de cláusulas contratuais relacionadas a paridade de preços no fornecimento de algum produto. Segundo a EMBRK, que fabrica e distribui produtos para animais de estimação, essas lojas “obrigam os fornecedores a darem mais margem para eles, mantendo preço de venda”. Assim, “acabam com a concorrência, querem ganhar mais e controlar o preço”.
Já a Bonito pra Cachorro, outra distribuidora, admitiu que seu contrato com a Petz prevê que “todos os nossos produtos os concorrentes diretos devem seguir uma margem mínima para que os preços não fiquem menores”. Já a Labyes disse que há “garantia de que não haverá preço menor sendo oferecido por outras lojas, e caso isso ocorra haverá reposição da margem”.
Em nota, a Cobasi e a Petz dizem que “recebem com tranquilidade o recurso da terceira interessada ao tribunal do Cade. Informam também que confiam na decisão dos conselheiros, com base nos estudos feitos pela Superintendência-Geral do Cade, que aprovou a operação sem restrições por não haver qualquer risco concorrencial em um mercado pulverizado e competitivo”.