Veículo: Estadão
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Data: 04/06/2025

Editoria: Shopping Pátio Higienópolis
Assuntos:

Fundo de pensão do BNDES põe à venda fatia em shoppings da Multiplan

O fundo de pensão dos funcionários do BNDES (Fapes) tem fatia de 4% no Morumbi Shopping
O fundo de pensão dos funcionários do BNDES (Fapes) tem fatia de 4% no Morumbi Shopping Foto: Divulgação/Multiplan – 23/04/2009

O fundo de pensão dos funcionários do BNDES (Fapes) colocou à venda suas fatias de 15,1% no carioca Barra Shopping e de 4% no paulistano Morumbi Shopping, dois dos maiores centros de compras do País. As participações têm valor patrimonial conjunto de R$ 840 milhões e representam os ativos mais importantes do portfólio imobiliário da Fapes, que também inclui sociedades em prédios comerciais. A venda tem o intuito de reciclar o capital e aumentar a liquidez do fundo, com vistas a novos investimentos. A oferta foi lançada há pouco mais de um mês e é conduzida pelo Bradesco BBI, conforme apurou a Coluna.

Os dois shoppings são da rede da Multiplan, do empresário Isaac Peres, que tem direito de preferência numa eventual compra. Tradicionalmente, Peres não deixa passar as chances de aumentar participação nos shoppings onde já detém o controle, ainda mais quando se trata de empreendimentos estratégicos como estes. Vale lembrar que, em 2016, a própria Multiplan pagou R$ 496 milhões por 10,3% do Barra e 8% do Morumbi. Na época, as fatias foram vendidas pelo Sistel, fundo de pensão de empresas de telecomunicação.

Desde que a oferta passou a circular, ainda não surgiu uma proposta firme na mesa. O motivo é que os fundos imobiliários – maiores compradores de ativos do setor – estão sem dinheiro em caixa e com dificuldade de fazer captações de recursos em meio ao cenário de cotas desvalorizadas e juros altos.

Baixa concorrência pode facilitar negociação

A baixa concorrência pode facilitar uma eventual negociação caso a Multiplan confirme interesse. Embora a empresa seja uma candidata natural, a evolução das tratativas vai depender muito do preço, segundo fontes. Até porque, a Multiplan já se endividou ano passado para fazer a recompra de ações do antigo sócio canadense, o fundo de pensão de servidores de Ontario (OTPP), que saiu do negócio.

A Multiplan tem hoje dívida líquida de R$ 4,2 bilhões, a um custo médio de 14,2%, o que pressiona qualquer empresa. A alavancagem (medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda) está em razoáveis 2,28 vezes. E no caixa há R$ 1,2 bilhão.

“Estão sim alavancados, mas deixar passar essa seria bobagem”, comenta um gestor de fundos, que disse não ter dinheiro para fazer uma proposta no momento. “A Multiplan pode exercer a preferência, o que me parece o cenário mais possível”, mencionou outro gestor de fundos, ressaltando o interesse, mas falta de meios para se sentar à mesa.