Um soco na cara já demoliu boxeadores que pareciam feitos de pedra. Um soco na cara é inesperado. Um soco na cara é humilhante. Um soco de um homem na cara de uma mulher é uma covardia. É inaceitável. Um soco de um homem abastado na cara de uma mulher trabalhadora das classes mais pobres é um absurdo social. E humano.
Um soco na cara foi dado por um sócio do Clube Athletico Paulistano, nos Jardins (zona Oeste), em uma babá que trabalhava nas dependências, de acordo com boletim de ocorrência registrado e noticiado pela coluna de Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo.
Nenhuma notícia da última semana impactou mais a UOL SP (e olhe que a concorrência foi forte), que não conseguiu tirar esse fato da cabeça pela violência que pode surgir de uma coisa tão pequena e corriqueira como um desentendimento entre crianças – a que a babá cuidava e o filho do associado.
O acusado de agressão também registrou sua versão em boletim de ocorrência. Disse que antes levou chutes e socos da referida babá enquanto se afastava do local onde discutiram inicialmente. Fica registrado.
Além do registro policial, o Paulistano abriu investigação interna para tomar providências.
É incrível pensar como coisas minúsculas vêm levando as pessoas a bater boca e chegar a atos de brutalidade em questão de segundos. A escalada da discórdia para a violência já causou mortes na cidade. Parece que muitos paulistanos perderam o bom senso.
A agressão (sem nomes divulgados) passou um dia nos índices noticiosos e logo foi esquecida. Pode parecer besteirinha agora. Mas a babá nunca vai esquecer o soco na cara.
Direitos da mulher
Eu estava de avental, vulnerável, pedindo para ser atendida por uma mulher, e o acesso foi feito por um homem.
Raquel Castanharo, fisioterapeuta que relatou constrangimento num laboratório de saúde.
Funcionários negaram que o marido a acompanhasse num exame de mama. Por lei, toda mulher tem direito de ser acompanhada por pessoa maior de idade em em consultas, exames e procedimentos.