Na quarta-feira, a moeda norte-americana subiu 0,42%, cotada a R$ 5,6324. Já a bolsa de valores encerrou em queda de 0,39%, aos 138.423 pontos.
Por Redação g1 — São Paulo
15/05/2025 09h01 Atualizado há 2 horas
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Notas de dólar — Foto: Murad Sezer/ Reuters
O dólar inverteu o sinal e passou a operar em alta nesta quinta-feira (15), conforme investidores repercutem as novas falas do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Jerome Powell e seguem atentos à queda dos preços do petróleo bruto no mercado internacional.
A divulgação de novos dados do varejo brasileiro ainda fica no radar. O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, também avança.
Nos Estados Unidos, Powell afirmou que as autoridades do Fed acreditam que precisam reconsiderar os principais elementos relacionados a empregos e inflação em sua atual abordagem de política monetária.
Isso porque, em meio aos potenciais efeitos da nova política tarifária do presidente dos EUA, Donald Trump, há a possibilidade de que os choques de oferta e os aumentos de preços associados possam se tornar mais frequentes nos próximos anos.
Em meio a esse cenário, os investidores também seguem atentos para novos desdobramentos sobre os acordos sinalizados por Trump com os principais parceiros comerciais dos EUA. No início da semana, a notícia de que o governo norte-americano e a China acordaram uma trégua tarifária animou os mercados.
Na quarta-feira, o dólar fechou em alta, em um dia de reajustes após ter caído ao menor patamar desde outubro do ano passado. O Ibovespa, principal índice de ações da bolsa brasileira (B3), caiu depois de bater um recorde histórico na terça, fechando aos 138 mil pontos pela primeira vez.
Veja abaixo o resumo dos mercados.

Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
Dólar
Às 13h05 o dólar subia 0,06%, cotado a R$ 5,6355. Na mínima do dia, chegou a R$ 5,6141, enquanto na máxima foi a R$ 5,6514. Veja mais cotações.
Na véspera, a moeda americana fechou em alta de 0,42%, cotado a R$ 5,6324.
Com o resultado, acumulou:
- queda de 0,39% na semana;
- recuo de 0,79% no mês; e
- perda de 8,86% no ano.
Ibovespa
No mesmo horário, o Ibovespa tinha alta de 0,47%, aos 139.072 pontos.
Na véspera, o índice fechou em queda de 0,39%, aos 138.423 pontos.
Com o resultado, o índice acumulou:
- alta de 1,40% na semana;
- avanço de 2,48% no mês; e
- ganho de 15,08% no ano.
O que está mexendo com os mercados?
Nesta quinta-feira, os investidores monitoram uma série de indicadores econômicos no Brasil e nos Estados Unidos.
Por aqui, o IBGE divulgou que o volume de vendas do comércio varejista em março cresceu 0,8%, frente a fevereiro, na série com ajuste sazonal. No mês anterior, a variação havia sido de 0,5%.
Na série sem ajuste sazonal, o comércio varejista caiu 1% frente a março de 2024. O acumulado no ano foi de 1,2% enquanto o acumulado nos últimos 12 meses registrou crescimento de 3,1%.
O mercado financeiro global também reage à perspectiva de um possível acordo nuclear entre EUA e Irã, que poderia aliviar as sanções e aumentar a oferta do petróleo, o que fez os preços da commodity caírem pelo mundo.
Nos Estados Unidos, o foco está na divulgação do índice de preço ao produtor de abril, importante indicador de inflação, e dos pedidos semanais de auxílio-desemprego.
Além disso, os investidores também repercutem o discurso de Jerome Powell, presidente do Fed. Segundo o banqueiro central, a instituição pode precisar reconsiderar os principais elementos relacionados a empregos e inflação em sua atual abordagem de política monetária.
“Podemos estar entrando em um período de choques de oferta mais frequentes e potencialmente mais persistentes — um desafio difícil para a economia e para os bancos centrais”, disse Powell.
A abordagem atual do Fed para os juros é a mesma desde 2020, período em que a economia ainda estava marcada pela pandemia — e, segundo o banqueiro central, a revisão da política monetária por parte do Fed vai refletir a avaliação da instituição sobre as mudanças do ambiente econômico desde então.
“Em nossa reunião da semana passada, tivemos uma opinião semelhante sobre a meta de inflação média. Garantiremos que nosso novo comunicado seja robusto em relação a uma ampla gama de ambientes e desenvolvimentos econômicos”, completou.
Na quarta-feira, o dólar passou por um dia de reajustes após as grandes quedas de terça, quando o acordo comercial entre China e EUA sobre as tarifas aliviou as tensões.
- O mercado entende que o aumento das tarifas sobre produtos importados pelos EUA pode elevar os preços finais e os custos de produção, pressionando a inflação e reduzindo o consumo — o que pode levar a uma desaceleração da maior economia do mundo ou até mesmo a uma recessão global. Assim, a leitura é que a trégua tarifária entre os dois países diminui esses riscos.
Quando Trump anunciou as primeiras “tarifas recíprocas” a mais de 180 países, no que ele chamou de “Dia da Libertação”, no início de abril, as bolsas norte-americanas registraram as maiores quedas em um único dia desde 2020, ano em que o planeta enfrentava a pandemia de Covid-19.
No entanto, analistas também alertaram para ter cautela com o otimismo, já que várias tarifas dos EUA contra produtos da China e de muitos outros países continuam em vigor.
“Esta é uma redução substancial da tensão. No entanto, os EUA ainda impõem tarifas muito mais altas à China”, ponderou Mark Williams, economista-chefe para a Ásia da Capital Economics. “Não há garantia de que a trégua de 90 dias dará lugar a um cessar-fogo duradouro.”
*Com informações da agência de notícias Reuters.