O conselho de administração da Toky(antiga Mobly) apresentou uma manifestação contrária à aceitação da oferta pública de aquisição de ações (OPA)da companhia proposta pela família Dubrule, controladora da Tok&Stok.
O documento, aprovado em reunião realizada no dia 30 de abril, destaca que a aceitação da oferta “não é conveniente e nem oportuna”, uma vez que apresenta potenciais irregularidades insanáveis.
O conselho também citou uma investigação interna em que a administração da companhia apurou a existência de indícios de coordenação não divulgada ao mercado entre membros da família Dubrule, a XXXLutz e a Home24, para a aquisição pela família Dubrule de ações detidas pela Home24 na Toky em condições diversas daquelas propostas aos demais acionistas no âmbito da OPA.
“Poison pill”
“Constataram-se, ainda, indícios de atuação coordenada entre a família Dubrule, a XXXLutz e a Home24 com o objetivo de aprovar a exclusão da cláusula de ‘poison pill’ do estatuto social da companhia, de modo a viabilizar a OPA”, comenta o colegiado em manifestação. “Poison pill” é o nome dado aos mecanismos de proteção contra ofertas hostis.
A empresa alega que há minutas de acordo de exclusividade entre a XXXLutz e a família Dubrule, além de mensagens sobre transferências de recursos em contas do exterior com a finalidade de comprar ações detidas pela Home24 na Toky.
Adicionalmente, o conselho entende que o preço oferecido na OPA — de R$ 0,68 por ação — é excessivamente baixo e os compromissos assumidos pelos ofertantes em aumentar o preço são incompatíveis com a regulamentação.
No mesmo dia da reunião do colegiado, os acionistas da Toky rejeitaram, em assembleia geral extraordinária, a retirada da cláusula de “poison pill” do estatuto da empresa, o que afeta de forma direta a oferta pública de aquisição (OPA) lançada pela família Dubrule.
Na assembleia, os votos favoráveis pela retirada da “poison pill” vieram basicamente da principal acionista da empresa, a alemã Home24, que foi quem pediu a inclusão desse item na pauta. De um total de 122 milhões de ações da empresa, aproximadamente 115 milhões estavam registradas para votar. Delas, 59,8 milhões votaram pela rejeição, 54,48 milhões a favor e houve, ainda, 6,8 milhões de abstenções.
Com a permanência da cláusula, qualquer investidor que ultrapassar os 20% de participação terá que estender a oferta a todos os acionistas, respeitando um prêmio que consta em seu estatuto. Pelo cálculo da empresa, com essa cláusula, o preço a ser pago em uma OPA seria de R$ 5 por ação, muito acima dos R$ 0,68 oferecidos pela família.
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