Os economistas consultados pelo BC (Banco Central) reduziram pela primeira vez no ano a previsão da taxa básica de juros (Selic) em 2025.
As estimativas para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) e dólar também foram diminuídas, enquanto a do PIB (Produto Interno Bruto) foi mantida para este ano. É o que revela o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (5) pelo BC.
O levantamento mostra que houve uma diminuição na expectativa para a taxa básica de juros neste ano. A mediana das projeções para a Selic em 2025 é de 14,75%, na primeira queda depois de 16 semanas com a expectativa de 15%. Para 2026, a previsão é de que a taxa atinja 12,5% (é a 14ª semana com a projeção).
Nesta quarta e quinta-feira (6 e 7), o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central volta a se reunir. A taxa básica de juros (Selic) está em 14,25% ao ano desde março, mesmo nível atingido durante a crise do governo de Dilma Rousseff (PT).
Segundo o Boletim Focus, a expectativa é de que a taxa de juros tenha um aumento de 0,5% e chegue a 14,75% nos encontros do Copom desta semana.
No comunicado, lançado à época da última reunião, o comitê sinalizou que os juros continuarão subindo, e que pretende fazer uma nova alta de menor intensidade. Apesar da indicação, o Copom evitou se comprometer com um ritmo específico de ajuste.
O levantamento também projetou nova queda para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que deve ter 5,53% ao fim deste ano nas perspectivas dos analistas. A previsão para 2026 se manteve em 4,51%
Na última semana, a previsão para 2025 já havia ficado em 5,55%, na segunda queda da projeção no ano. O centro da meta perseguida pelo BC é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
A estimativa para o PIB se manteve pela segunda semana em 2% para 2025 e 1,7% para 2026. As taxas subiram há duas semanas e foram mantidas mais uma vez.
No câmbio, houve também uma queda na expectativa para o preço do dólar no final de 2025 em R$ 5,86. A projeção para 2026 também teve queda e foi para R$ 5,91, ante R$ 5,95 há uma semana.
Na sexta (2), dados do Departamento do Trabalho dos EUA mostraram que houve uma desaceleração marginal na criação de vagas de emprego no país em abril, o que reforçou a resiliência da economia americana. Como resultado dos dois eventos, o dólar fechou em queda, a R$ 5,654.
O Boletim Focus reúne previsões de uma centena de economistas e é divulgado semanalmente pelo Banco Central.