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Data: 29/11/2024

Editoria: Shopping Pátio Higienópolis
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Dólar acima de R$ 6 e alta de 1 ponto na Selic: projeções pioram com pacote fiscal

Walter Maciel, CEO da gestora AZ Quest, vê um cenário de “elevação brutal” de juros na esteira dos últimos anúncios. “Dado o que o mercado está vendo agora de preço, o Banco Central teria de fazer duas altas de 100 pontos-base nos juros [1 ponto porcentual]”, afirmou, ao InfoMoney. Segundo Maciel, é o preço pago pela perda de credibilidade do governo em relação ao controle de gastos, após o controverso pacote de medidas anunciado.

Maciel diz que a AZ Quest foi uma das casas que mais apoiou o arcabouço proposto pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no ano passando, apostando que não haveria mudança de meta de déficit zero. Agora, é explícito em dizer que o governo “encomendou um desastre” ao misturar corte de gastos com uma reforma de Imposto de Renda.

“O gringo agora jogou a toalha de vez”, afirma, acreditando que um fluxo estrangeiro de carry trade (motivado pela diferença de juros entre o Brasil e os Estados Unidos – onde as taxas estão caindo) não deve ganhar fôlego enquanto a questão fiscal não for tratada com seriedade.

Walter Maciel, CEO da AZ Quest (Crédito: Gabriel Reis)

O problema do câmbio

Tatiana Pinheiro, economista-chefe da Galapagos Capital, destaca que apenas a rápida depreciação do real – observada desde quarta-feira (27) – já seria suficiente para mudar os rumos da política monetária no Brasil.

Ainda que mercado tenha sido tomado por um sentimento de decepção com apostas sobre uma alta de 0,75 a 1 ponto percentual na Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que termina em 11 de dezembro, Tatiana Pinheiro diz que ainda é cedo para falar em aumento do ritmo de aperto. Mas a economista observa que o pessimismo com o pacote fiscal trouxe rápida deterioração do cenário e pode mudar o rumo da política monetária.