Veículo: O Globo
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Data: 18/11/2024

Editoria: L-Founders
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Dólar e Ibovespa iniciam semana na estabilidade

Itaú revisa previsão para Selic

O Itaú revisou a previsão do ciclo de alta para a taxa básica de juros no país. Agora, o banco prevê um ciclo de aperto maior, com a taxa Selic subindo 0,75 ponto percentual na próxima reunião do Copom, em dezembro, para 12%:

“Com câmbio mais depreciado, atividade ainda resiliente, expectativas desancoradas (por um período prolongado) e riscos crescentes, o Banco Central precisará recalcular o grau de aperto monetário e avançar ainda mais, e com maior celeridade, em território contracionista. Passamos a esperar que a taxa Selic atinja patamar de 13,50% a.a. no decorrer de 2025 (anteriormente, 12,00%) e permaneça nesse nível até o final do próximo ano”, afirma relatório assinado pelo economista-chefe do banco, Mário Mesquita.

Além da Selic, o banco revisou para cima a previsão do dólar a R$ 5,70 no fim deste e do próximo ano, ante R$ 5,20.

Agência bancária do Itaú na capital paulista

Agência bancária do Itaú na capital paulista (Foto: Divulgação / Itaú)

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Dólar inicia semana de lado

O dólar iniciou a semana de lado. Às 10h01, a divisa cedia 0,06%, aos R$ 5,78. Num dia sem muitos indicadores, os investidores seguem em compasso de aguardo pelo anúncio da revisão fiscal dos gastos do governo. Esta é a quarta semana após o segundo turno das eleições municipais, quando o pacote foi prometido para ser anunciado.

Ontem, em entrevista, o ministro da Fazenda Fernando Haddad afirmou que o pacote só depende de um parecer do Ministério da Defesa para ser oficializado.

O movimento do dólar era misto: o rand sul-africano subia frente a moeda americana (+0,61%), assim como o euro (+0,17%) e a libra (+0,08%). Já o peso mexicano e o iene desvalorizavam, respectivamente, 0,16% e 0,52%.

Dólar

Dólar (Foto: Bloomberg Creative Photos)

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Focus aponta para inflação maior em 2024 e Selic mais alta no fim do ano que vem

O Boletim Focus, que resume as expectativas do mercado para indicadores, apontou para uma Selic mais alta no fim de 2025, agora a 12% (ante 11,5% na semana passada).

Para 2024, os analistas mantiveram as projeções da Selic a 11,75% (mais uma alta de meio ponto na próxima reunião, em dezembro), mas preveem um dólar mais alto (a R$ 5,60, ante R$ 5,55) e inflação maior (a 4,64%, ante 4,62%). A projeção para o PIB se manteve a mesma, em 3,1%.

Para o ano que vem, além de uma Selic mais alta, o mercado prevê um câmbio mais apreciado (a R$ 5,50, ante R$ 5,48) e inflação maior (4,12%, ante 4,10% na semana passada). A previsão para o PIB se manteve como há sete dias, em 1,94% de crescimento.

Sede do Banco Central do Brasil, em Brasília

Sede do Banco Central do Brasil, em Brasília (Foto: Gustavo Minas / Bloomberg)

Ações da Americanas fecham em alta de 180%

As ações da Americanas (AMER3) fecharam em forte alta de 180%, a R$ 9,41, o que representa uma valorização de R$ 5,42 em relação ao valor de fechamento da véspera.

A boa performance foi embalada pelos resultados financeiros do terceiro trimestre.

A companhia registrou lucro líquido de R$ 10,27 bilhões entre julho e setembro, revertendo o prejuízo de R$ 1,3 bilhão no mesmo período do ano passado. Além disso, a empresa registrou crescimento na comparação anual da receita líquida pela primeira vez desde 2022.

De acordo com relatório da XP sobre os resultados, o lucro foi influenciado pelos efeitos do plano de Recuperação Judicial da empresa, envolvendo a quitação de boa parte das dívidas da varejista.

Segundo Ana Paula Tozzi, sócia da AGR Consultores, um dos pontos importantes para essa reestruturação foi o fechamento de lojas

Consumidora faz compras em uma loja da Americanas em São Paulo

Consumidora faz compras em uma loja da Americanas em São Paulo (Foto: Maira Erlich/Bloomberg)

(Com Isa Morena Vista)

Os juros futuros encerraram em alta nesta quinta-feira, com a expectativa de continuidade no ciclo de alta de juros no país.

O presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou hoje que uma redução estrutural da taxas básica de juros no Brasil está condicionada a “choques positivos” na política fiscal. Ele ressaltou que, sem ter as contas organizadas, o país dificilmente terá juros estruturais “mais baixos e estáveis”.

Ao fechamento:

  • A taxa de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 subiu a 13,235% (ante 13,21% no fechamento de terça-feira);
  • Para janeiro de 2027, o DI avançou a 13,44% (ante fechamento de 13,36%);
  • Para janeiro de 2028, foi a 13,355% (ante fechamento de 13,265%);
  • Para janeiro de 2029, encerrou em alta, a 13,25% (ante fechamento de 13,16%);
  • Para janeiro de 2030, subiu a 13,18% (ante fechamento de 13,08%).
Juros futuros

Juros futuros (Foto: Freepik)

(com Juliana Causin)

O Ibovespa fechou próximo da estabilidade, com leve alta de 0,05%, a 127.792 pontos.

Segundo Adriano Yamamoto, chefe comercial da corretora do C6 Bank, o movimento do índice mostra que investidores estão sendo mais cautelosos antes do feriado amanhã e diante das incertezas sobre o fiscal, afirma Adriano Yamamoto, chefe comercial da corretora do C6 Bank.

— (O mercado está) sem muita surpresa, não sendo muito aventureiro.

Entre as ações, o destaque ficou para Marfrig (MRFG3), que subiu 8,26%, após a companhia reverter prejuízo e registrar lucro líquido de R$ 79,1 milhões no terceiro trimestre. As petrolíferas subiram em bloco — à exceção de PetroRecôncavo —, acompanhando a alta do petróleo.

Bolsa de Valores de São Paulo, a B3

Bolsa de Valores de São Paulo, a B3 (Foto: Hermes de Paula / Agência O Globo)

dólar fechou em leve queda de 0,01%, a R$ 5,7896. A moeda operou próxima à estabilidade durante a maior parte do pregão, sem novidades sobre a questão fiscal doméstica antes do feriado da Proclamação da República.

Para Alexandre Viotto, gerente de câmbio da EQI Investimentos, a indefinição sobre quais serão as medidas de corte de gastos estudadas pelo governo e sua magnitude deixam o mercado apreensivo, em compasso de espera.

O especialista menciona a demora que o governo tem levado para anunciar estes ajustes e que isso tem deixado as expectativas de investidores mais pessimistas.

Em paralelo, ele aponta que o cenário externo também segue no radar. A eleição de Donald Trump mantém o dólar em um patamar alto frente a outras divisas do mundo, incluindo o real. No entanto, para o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, o Brasil deve ser menos afetado pelas políticas de Trump.

Dólar

Dólar (Foto: Andrew Harrer / Bloomberg)

Os juros futuros recuam no final da manhã desta quinta-feira, em movimento contrário à abertura. Apesar disso, todas as taxas de depósito interfinanceiro (DI) de janeiro entre 2026 e 2030 ainda operavam acima dos 13%.

Às 11h25:

  • O DI para janeiro de 2026 recuava a 13,165% (ante 13,21% no fechamento de terça-feira);
  • Para janeiro de 2027, o DI caía a 13,315% (ante fechamento de 13,36%);
  • Para janeiro de 2028, ia a 13,225% (ante fechamento de 13,265%);
  • Para janeiro de 2029, trabalhava em baixa, a 13,125% (ante fechamento de 13,16%);
  • Para janeiro de 2030, cedia a 13,05% (ante fechamento de 13,08%).
Juros futuros

Juros futuros (Foto: Freepik)

Ibovespa subia 0,47%, a 128.335 pontos, às 11h11 e alcançava a máxima do dia até o momento. O índice começou o pregão em baixa, mas passou a subir no final da manhã.

O índice acompanhava a inversão de sentido dos juros futuros e do dólar, que passaram a recuar.

dólar passou a cair no final da manhã desta quinta-feira, mas segue próxima à estabilidade. A moeda recuava 0,15%, a R$ 5,7817, às 11h25.

Sem definição sobre o pacote de corte de gastos que vêm sendo estudado pelo governo nas últimas semanas, o mercado segue em compasso de espera.

No cenário externo, houve uma inversão do sentido do dólar frente e a moeda recuava algumas divisas internacionais, como os pesos colombiano e chileno e o sol peruano.

Apesar disso, a divisa americana segue em tendência de alta nos últimos dias, efeito da eleição de Donald Trump na semana passada. Para boa parte dos economistas, os planos do republicano de impor tarifas sobre importações e cortar impostos, entre outras medidas, podem resultar em uma pressão inflacionária maior e, consequentemente, em um dólar mais fortalecido. Entenda mais na reportagem.