Ninguém está livre de riscos quando o assunto é câncer de mama e para a população trans vale um alerta especial, pois as particularidades relacionadas ao uso de hormônios e cirurgias de transição podem fazer com que a doença apareça de forma diferente. O ginecologista Emmanuel Nasser, especialista em cuidados com a população LGBTQIA+, destaca que a área da saúde ainda é transfóbica e ineficiente no cuidados dessas identidades.
Os estímulos hormonais que algumas pessoas trans recebem durante o processo de transição podem representar um risco para o aparecimento do câncer de mama, sobretudo se a terapia hormonal não for feita de forma adequada e com acompanhamento médico especializado.
A presença da glândula mamária por si só já caracteriza um perigo independentemente da identidade de gênero. “Quando há manipulação hormonal esse risco pode aumentar por maior estímulo nas células mamárias”, afirma o oncologista Thiago Assunção.
O ginecologista Emmanuel Nasser ressalta que a relação das terapias hormonais com o aumento do risco para a doença parece ser menor do que comparado com a população cisgênera, mas ainda não existem dados epidemiológicos e científicos suficientes para avaliar o risco exato. “A chance de um tumor está muito mais relacionada aos hábitos de vida, ao envelhecimento e ao fator genético”, afirma o especialista.