As ações do Assaí (ASAI3) encerraram o pregão desta segunda-feira, na B3, com perdas de 5%, cotadas a R$ 7,47 e as do GPA (PCAR3) cederam 1,05%, a R$ 2,82.
A Receita Federal determinou que sejam arrolados ativos do Assaí no valor de R$ 1,27 bilhão por causa de contingências tributárias em discussão do GPA, empresa que tinha, até o fim de 2020, a Sendas Distribuidora (Assaí) como subsidiária.
As ações do Assaí podem sofrer mais ainda? Veja a seguir o que os analistas acham.
J.P. Morgan
A disputa envolvendo o GPA e a Receita Federal já dura mais de dez anos e a parte que envolve o Assaí corresponde a cerca de 10% do total, o que cria chances da empresa conseguir excluir sua solidariedade do caso, diz o J.P. Morgan.
Os analistas liderados por Joseph Giordano escrevem que apesar de o mero arrolamento de bens não implicar em consequências reais ao Assaí, as ações da empresa devem ficar voláteis até o aumento do risco ser precificado pelos investidores.
O banco aponta que o risco deriva do fato do GPA não ter dinheiro em caixa suficiente para arcar com a disputa com a Receita Federal e caso o Assaí não consiga se dissociar poderá ter que pagar o valor de forma solidária.
O J.P. Morgan tem recomendações neutra para Assaí, com preço-alvo em R$ 11,50, e GPA, sem estabelecer preço-alvo.
Goldman Sachs
A percepção de risco em torno das ações do Assaí pode aumentar com o arrolamento de R$ 1,3 bilhão em bens imobiliários anunciados pela Receita Federal, diz o Goldman Sachs.
Os analistas Irma Sgarz e Felipe Rached escrevem que não há como fazer avaliação dos possíveis impactos para a companhia neste primeiro momento, uma vez que a decisão é apenas administrativa e passível de vários recursos.
No pior cenário possível, o Assaí pode ter que fechar um acordo com a Receita Federal, mas o GPA teria que compensar a companhia em decorrência do acordo de não compartilhamento de passivos assinado em 2020, pondera o banco.
O Goldman Sachs tem recomendação de compra para Assaí, com preço-alvo em R$ 12, potencial de alta de 47,8% sobre o fechamento de sexta-feira (27).
As ações do Assaí podem sofrer volatilidade com os ruídos envolvendo o arrolamento de R$ 1,3 bilhão em bens imobiliários pela Receita Federal, mas não deve ter efeitos na companhia no curto prazo, diz o Bradesco BBI.
Os analistas Pedro Pinto e João Andrade escrevem que a decisão aumenta incertezas sobre as contingências do Assaí e a validade do acordo de não compartilhamento de passivos assinado com o GPA em 2020.
Como tais processos levam anos para serem resolvidos, a companhia não terá que realizar nenhum provisionamento agora e terá que fazê-lo apenas se perder o recurso onde argumenta que não tem responsabilidade solidária no caso.
O Bradesco BBI tem recomendação de compra para Assaí, com preço-alvo em R$ 18, potencial de alta de 121,7% sobre o fechamento de sexta-feira (27).
Este conteúdo foi originalmente publicado no Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor.