Veículo: Valor Econômico - Online
Clique aqui para ler a notícia na fonte
Região:
Estado:
Alcance:

Data: 28/08/2024

Editoria: Sem categoria
Assuntos:

Programas de fidelidade crescem e viram dinheiro

Quem disse que pontos dos programas de fidelidade não podem virar dinheiro? De março de 2021 a junho desse ano, mais de 3,7 milhões de transações foram feitas, com ticket médio de R$ 104, dentro do programa Pontos Viram Dinheiro, da Livelo. A empresa foi a primeira no segmento a oferecer o pagamento com pontos via Pix.

“Temos 135 bilhões de pontos em estoque, o que equivale a R$ 2 bilhões”, diz André Fehlauer, CEO da Livelo Brasil. A empresa fez parceria com a Stix para que os clientes possam usar pontos para pagar parte do valor das compras em lojas parceiras, num volume de até seis transações por mês. Segundo Fehlauer, mais de 3,4 milhões de transações já foram realizadas. Com 47 milhões de clientes ativos, a Livelo faturou R$ 5,4 bilhões no ano passado, 23% acima de 2022.

Os números da Livelo traduzem o momento dos programas de fidelidade no Brasil. Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Mercado de Fidelização, o resgate de pontos e milhas cresceu 18,3% em 2023. Houve alta de 5,4% na quantidade de cadastros, para 312,5 milhões. No último trimestre do ano passado, o faturamento das empresas de fidelidade subiu 13,6%, para R$ 4,8 bilhões.

Foi-se o tempo em que programa de fidelidade era sinônimo de milhagem. Cada vez mais as empresas precisam diversificar suas ofertas, para engajar o consumidor. “Os clientes pedem experiências mais personalizadas e marcantes. Quando as encontram, tornam-se leais à marca”, diz Aluísio Cirino, CEO da Alloyal, startup de tecnologia para soluções em programas de fidelidade. “Cabe aos players do mercado desenvolver soluções que contemplem os anseios do consumidor.” Com 5 milhões de usuários, 25 mil estabelecimentos cadastrados, entre lojas físicas e on-line, a startup ultrapassou R$ 100 milhões em vendas 2023, 50% a mais do que em 2022.

Para Otávio Araújo, CEO da DotzCotação de Dotz, a diferença em relação às propostas de um passado recente é a visão de multibenefícios. “No final do dia, o cliente quer aumentar seus benefícios para fazer compras”, diz. Ao transformar informações de dados únicos do cliente em oferta de serviços financeiros, a Dotz vem registrando cerca de R$ 400 milhões de originação de crédito por ano a partir da plataforma de programa de fidelidade.

Para João Machado, CEO da Zoppy, o grande desafio é gerar o hábito de comprar das marcas presentes na plataforma. “O consumidor já busca por isso; o trabalho está em aculturar o lojista e mostrar que tem uma nova maneira de fazer”, diz. A Zoppy reúne mais de 500 marcas no portfólio, atingiu mais de 3,7 milhões de consumidores e viabiliza em média 23% de aumento do faturamento mensal das empresas parceiras e 32% de expansão na taxa de recompra em lojas e e-commerces por meio da fidelização.

A fidelização também está presente no B2B. A Água Doce Sabores do Brasil lançou, em julho, o Água Doce Stars, programa de fidelidade para compensar os franqueados que seguem boas práticas e são engajados nas campanhas da empresa. “O franqueado consegue acumular pontos que geram descontos em compras”, explica Julio Bertolucci, diretor de franquias.