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Data: 15/12/2025

Editoria: Carrefour, L-Founders
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Exclusivo: Carrefour Brasil faz a maior mudança na alta cúpula em anos

Companhia faz um dos mais representativos cortes na cúpula desde que o grupo passou a comprar negócios, a partir de 2020, com a aquisição de parte do Makro e depois, do Big (ex-Walmart)
Por Adriana Mattos, Valor — São Paulo
15/12/2025 12h48 Atualizado agora

Companhia diz que os movimentos recentes fazem parte da reorganização da empresa com foco em simplificação e integração das operaçõesCompanhia diz que os movimentos recentes fazem parte da reorganização da empresa com foco em simplificação e integração das operações — Foto: Claudio Beli/Valor

O Carrefour comunicou internamente mudanças de peso na linha de frente do grupo, com a vinda de um novo executivo da França ao Brasil, que atuará como espécie de vice-CEO, apurou o Valor. Questionada a respeito, a companhia confirmou a informação. Além disso, Liliane Dutra, a CEO que liderava toda a área de “real estate” do Carrefour, foi dispensada, assim como CEO de varejo e do Sam’s Club, Rafael Vasquez.

Outro executivo, Marcelo Tardin, chefe da área de transformação, também deve deixar a empresa. É um dos mais representativos cortes na cúpula da empresa desde que o grupo passou a comprar negócios, a partir de 2020, com a aquisição de parte do Makro e depois, do Big (ex-Walmart).

Em comunicado enviado no início da semana passada por Pablo Lorenzo, CEO do Grupo Carrefour Brasil desde julho, ele comunica alterações no comitê executivo, com a chegada de Julien Munch, atual chefe geral de operações da França, e que foi nomeado “deputy-CEO” do Brasil. Trata-se de um diretor executivo adjunto, segundo cargo mais alto numa empresa, atrás apenas do CEO.

Munch passa a ocupar a cadeira a partir de 5 de janeiro, segundo o comunicado obtido pelo Valor.

Em busca da “simplificação e eficiência” na organização, diz Lorenzo na nota, Munch supervisionará as operações do Carrefour, Sam’s Club e o braço imobiliário, e reportando-se diretamente a Lorenzo — nas áreas ocupadas por Vasquez e Dutra. É com a redução de hierarquias que o CEO do grupo acredita que haverá maior simplificação na estrutura e na tomada de decisões, como ele já havia informado em entrevista exclusiva ao Valor no início de dezembro.

Além disso, a posição de “chief transformation officer”, até então ocupada por Tardin, será eliminada, e as áreas de centro de serviços compartilhados (CSC) de finanças e recursos humanos passarão a se reportar diretamente a Berengere Guillemin e Viviane Gaspari, respectivamente.

Guillemin foi diretora de controle financeiro da operação francesa e é a chefe dessa área na empresa no Brasil desde outubro.

A área de segurança, prevenção de riscos e licenças passa a reportar para Nelcina Tropardi e o escopo de transformação, que inclui o projeto “Sempre Simples” — uma iniciativa da atual gestão —, passa a ser liderada por Aydes Marques.

A transição das posições de varejo, transformação e imobiliário ocorrerá até 31 de janeiro de 2026, segundo o comunicado interno.

Com a decisão, Liliane Dutra (ex-BR Malls) deixa o posto de chefe da área imobiliária após quatro anos na empresa e depois de liderar o projeto de expansão da unidade e de criação da sede do grupo, em Barueri, com apoio de Catia Porto, ex-vice-presidente de recursos humanos do grupo, e que também foi desligada da empresa em 2024.

Sede muda de endereço

A sede do Carrefour deve ser fechada e transferida para os escritórios do Atacadão, em São Paulo, nos próximos meses.

Já o executivo Jose Vasquez estava no Carrefour já menos de dois anos e antes disso, havia passado pela Del Rio Lingerie e Pague Menos.

Procurado, o Carrefour informou que os movimentos recentes, liderados por Lorenzo, fazem parte da reorganização da empresa com foco em simplificação e integração das operações. Lorenzo abraçou o plano da matriz de reduzir estruturas e hierarquias em sua gestão, e veio ao Brasil liderar o negócio com a condição de que teria autonomia para liderar o projeto.

Em entrevista em dezembro, ele disse que varejo tem que ser um negócio de muito baixo custo porque ainda tem baixa produtividade e, quando se tem três operações (varejo, atacado e clube de compras), não se consegue ser eficiente sem um modelo mais espartano.