O Procon-SP divulgou o balanço oficial das atividades de monitoramento e atendimento ao consumidor durante a Black Friday 2025. Os dados revelam um cenário de alerta para o varejo: o órgão registrou um total de 3.064 interações no período. Deste montante, 2.979 foram reclamações formalizadas diretamente na plataforma digital da instituição.
Ao comparar os números com o ano anterior, observa-se um crescimento expressivo na insatisfação dos clientes. Enquanto no ano passado foram contabilizadas 2.133 queixas, a Black Friday 2025 apresentou um aumento de 39,67% nas reclamações oficiais.
Principais problemas enfrentados pelo consumidor
A logística continua sendo o maior gargalo das grandes promoções. Segundo o levantamento, a falha mais reportada pelos consumidores envolveu a não entrega ou demora no recebimento dos produtos, correspondendo a 31,62% dos casos.
Confira o ranking das irregularidades mais frequentes:
- Não entrega/demora: 31,62% (942 atendimentos)
- Pedido cancelado pelo fornecedor: 15,51% (462 atendimentos)
- Produto com defeito ou diferente do pedido: 11,75% (350 atendimentos)
- Maquiagem de desconto: 8,26% (246 atendimentos)
- Produto ou serviço indisponível: 6,58% (196 atendimentos)
Ranking das empresas mais reclamadas
Os grandes marketplaces lideraram o volume de queixas registradas durante a Black Friday 2025. A Amazon ocupou o topo da lista, seguida pelo Mercado Livre e pelo grupo Magazine Luiza.
Veja a distribuição das reclamações por empresa:
- Amazon: 228 reclamações (7,65%)
- Mercado Livre: 183 reclamações (6,14%)
- Grupo Magazine Luiza (inclui Netshoes, Época Cosméticos, MagaluPay): 134 reclamações (4,50%)
- Grupo Via (Casas Bahia, PontoFrio, Extra): 112 reclamações (3,76%)
- Carrefour: 84 reclamações (2,82%)
Fiscalização física encontra alta taxa de irregularidades
Além do atendimento digital, as equipes realizaram a Operação Black Friday 2025 entre os dias 13 e 28 de novembro. A ação presencial teve como foco verificar a clareza das ofertas e o cumprimento das normas de precificação no comércio físico. Ao todo, 856 fornecedores foram visitados pelas equipes.
O cenário encontrado no interior e no litoral do estado foi particularmente preocupante. Enquanto na Capital a taxa de irregularidade foi de 24% (128 estabelecimentos com problemas em 533 visitados), nas outras 43 cidades fiscalizadas o índice subiu drasticamente. Dos 316 locais vistoriados no interior e litoral, 67,4% apresentaram problemas, totalizando 213 estabelecimentos irregulares.
Falhas na precificação
A infração mais recorrente identificada pelos fiscais foi a ausência ou a inadequação na exibição dos preços. As principais violações ao Código de Defesa do Consumidor incluíram:
- Produtos sem qualquer etiqueta de valor;
- Etiquetas ilegíveis ou pouco visíveis para o público;
- Preços que exigiam cálculos complexos para o entendimento do valor final;
- Falta de ostensividade na precificação, dificultando a comparação.
Estas práticas, comuns em períodos de alto volume de vendas como a Black Friday 2025, induzem o consumidor ao erro e comprometem a transparência da compra.
Abrangência da operação e orientações finais
A fiscalização cobriu uma vasta área geográfica. Além de São Paulo capital, as equipes atuaram em cidades como Campinas, Ribeirão Preto, Santos, São Bernardo do Campo, Sorocaba, entre dezenas de outros municípios do estado.
O Procon-SP reforça que os canais de atendimento permanecem abertos. O consumidor que ainda possui pendências relacionadas às compras da Black Friday 2025 deve registrar sua reclamação no site da entidade. A plataforma mantém um atalho específico para agilizar a identificação destes casos e acelerar a resolução dos problemas.