As conversas sobre Black Friday nas redes sociais já movimentam o varejo brasileiro antes da data oficial, marcada para 28 de novembro. Um levantamento conduzido pelo Centro de Estudos em Marketing Digital da FGV/EAESP, em parceria com a Polis Consulting, analisou 124 mil menções e 182 milhões de impressões sobre o tema entre outubro e novembro. A constatação é que a expectativa dos consumidores se concentra em poucos players.
Redes e tráfego
Entre as grandes varejistas, a Amazon aparece em 81% das menções feitas por usuários ao discutir a Black Friday. O número, porém, contrasta com a posição da empresa no tráfego digital, já que a varejista ocupa a terceira colocação em acessos mensais, com cerca de 200 milhões de visitas.
Segundo Lilian Carvalho, coordenadora do estudo, existe discrepância entre engajamento social e performance de navegação. Para ela, os resultados mostram uma divergência significativa entre visibilidade em mídias sociais e tráfego efetivo.
O Mercado Livre, líder em visitas com mais de 300 milhões de acessos mensais, aparece apenas em 6,4% das menções. A Shopee ocupa a terceira posição nas redes, com 4,1%.
A especialista afirma que a diferença de comportamento pode estar associada às estratégias de engajamento de cada plataforma e à forma como os usuários interagem com as marcas nas redes. O cenário reforça o debate sobre o impacto real da presença digital na conversão e no desempenho de tráfego.
Interesse entre marcas
A análise também identificou as marcas mais desejadas para o período de descontos. A Apple aparece na liderança, com 32% das menções — movimento atribuído ao alto valor agregado dos produtos e ao potencial de preços mais atrativos durante a Black Friday.
Na sequência estão Samsung (16%), LG (9,9%) e Xiaomi (7,8%), quatro marcas que tradicionalmente puxam a demanda por eletrônicos no fim do ano.
No setor de beleza, O Boticário (8,9%) e Natura (7,4%) se destacam, reforçando o peso das marcas nacionais no período promocional. Entre as esportivas, Nike (4%) e Adidas (3,3%) também aparecem entre as mais citadas, embora com participação menor que as categorias de tecnologia.