Veículo: Valor Econômico
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Data: 20/11/2025

Editoria: Shopping Pátio Higienópolis
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‘Black Friday’ deve movimentar R$ 5,4 bilhões no varejo, valor recorde, diz CNC

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) estima R$ 5,4 bilhões em movimentação de vendas no varejo relacionadas à “Black Friday” neste ano. O valor estimado para 2025 é o maior desde 2010, início da série histórica da confederação para esse dado. Também é 2,4% superior ao observado em mesma data de 2024.

“É momento de cautela na economia nacional, de incertezas no cenário externo e de endividamento recorde das famílias brasileiras, mas, ainda assim, veremos um incremento nas vendas da Black Friday este ano”, afirmou, em comunicado, José Roberto Tadros, presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac.

O aumento na projeção nas vendas deve-se à conjuntura favorável para o emprego, visto que o poder aquisitivo do brasileiro vem, principalmente, da renda originada do trabalho. A CNC lembrou que a massa de rendimento real subiu 5,5% no segundo trimestre deste ano, ante mesmo período em 2024.

De acordo com mapeamento da confederação, dois terços da movimentação de vendas relacionadas à “Black Friday” de 2025, serão originados de três setores: hiper e supermercados, com vendas projetadas de R$ 1,32 bilhão; eletroeletrônicos e utilidades domésticas, com movimentação estimada em R$ 1,24 bilhão; e móveis e eletrodomésticos, com vendas estimadas de R$ 1,15 bilhão. Outros ramos do varejo com cifras expressivas, no entendimento da CNC, devem ser o de vestuário e acessórios (R$ 95o milhões em vendas projetadas) e o de farmácias, perfumarias e cosméticos (R$ 380 milhões em vendas estimadas).

A CNC investigou ainda patamar de redução de preços, em período de “Black Friday”, ante períodos não relacionados à data. A confederação coletou 150 preços diários dos itens mais buscados na internet, agrupando em 30 linhas de produtos ao longo dos últimos 40 dias. Nesse período, 70% das categorias revelaram elevado potencial de redução de preços durante a Black Friday, segundo a organização. As categorias que mostraram redução média mais expressiva, de preços, nessa comparação, foram papelaria (em média 10,14% mais baratos); livros (em média 9,02% mais baratos); e joias e bijuterias (9,01% mais baratos).

Um avanço maior nas vendas relacionadas à data ante o ano passado seria possível não fossem outros fatores de conjuntura macroeconômica, acrescentou ainda a organização. Isso porque o brasileiro ainda convive com patamares de juros, de endividamento e de inadimplência elevados, lembrou a CNC.

A confederação citou dados do Banco Central (BC) que apontam atual taxa média de juros das operações de créditos livres destinados às pessoas físicas, em 58,3% ao ano, maior patamar para essa época do ano desde 2017. Também, de acordo com pesquisa própria da CNC, os percentuais das famílias com contas em atraso e sem condições de honrar compromissos financeiros se encontram em patamares recordes, em 30,5% e 13,2%, respectivamente, no total de entrevistados para a Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), elaborada pela entidade.