A chamada “taxa das blusinhas”, criada pelo governo como instrumento de proteção da indústria nacional, tem impacto bem diferente quando observada de perto. O tributo sobre compras internacionais de até US$ 50 funciona, na prática, como um peso adicional sobre quem ganha menos e buscava nesses sites estrangeiros uma alternativa mais acessível de consumo.
No programa Não vou passar raiva sozinha desta semana, a colunista do Estadão Maria Carolina Gontijo, a Duquesa de Tax explica como a mudança afeta principalmente famílias de baixa renda, para quem essas compras pequenas eram o caminho possível para adquirir roupas, material escolar, acessórios e eletrônicos simples a preços mais compatíveis com o orçamento.

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Os números da Receita Federal mostram que, após o início da cobrança, o volume de importações de pequeno valor despencou para cerca da metade. Não é a elite que desaparece dessas estatísticas: quem tem renda alta continua viajando, trazendo itens na mala ou comprando por outros canais. É a base da pirâmide que perde acesso a bens que, no mercado interno, são muitas vezes mais caros ou simplesmente indisponíveis.
Na outra ponta, o resultado também não entrega proteção efetiva à indústria nem amplia o emprego ou melhora de forma relevante as contas públicas, diz a Duquesa.
Para você
Programa
Todas as quintas-feiras, às 9h30, a Duquesa de Tax faz reacts (comentários sobre outros vídeos ou entrevistas) do noticiário econômico no Estadão. Além disso, tem o programa semanal Não vou passar raiva sozinha. Os vídeos inéditos vão ao ar sempre às segundas-feiras, às 9h30, para assinantes do Estadão. Cortes do programa são distribuídos ao longo da semana nas redes sociais e na Rádio Eldorado. A atração também tem uma versão em podcast.