Terceira maior companhia do mercado de produtos para pets no Brasil, a Petlove contesta a operação e pede a reprovação
Por Helena Benfica, Valor — São Paulo
06/11/2025 12h52 Atualizado agora
Sergio Zimerman, CEO da Petz: ‘É assustador chamar isso de monopólio” — Foto: Ana Paula Paiva/Valor
Apesar de questionamentos do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a Petz mantém o otimismo sobre a aprovação da fusão com a Cobai sem “remédios” – jargão para restrições ou medidas impostas pelo órgão concorrencial. A Petlove, terceira maior companhia do mercado de produtos para pets no Brasil, contesta a operação e pede a reprovação
O ato de concentração é hoje o mais sensível em trâmite no órgão antitruste. No início de junho, a Superintendência-Geral do Cade emitiu um parecer para aprovar a operação sem restrições, mas há uma tendência de os conselheiros modificarem a análise, com a imposição de restrições para a concretização da operação, segundo apurou o Valor.
“Seria o primeiro monopólio do mundo a ter 10% de mercado, é assustador chamar isso de monopólio”, disse Sérgio Zimerman, CEO da Petz, em teleconferência com analistas, nesta quinta-feira (6).
Em outubro, uma audiência pública no Cade colocou, de um lado, representantes da Petz e Cobasi, e, do outro, a Petlove e entidades de direito do consumidor.
“Audiência foi bastante positiva. Ela nos deu a oportunidade de mostrar que nem concorrentes, nem fornecedores e nem órgãos de proteção estavam se opondo à fusão”, disse Zimerman. Ele pontuou que há preocupações legítimas de concorrentes sobre a política de preços da nova companhia, mas nada que impeça o avanço da operação.
Segundo o executivo, os conselheiros do Cade ainda não estão convencidos sobre se o argumento da Petlove procede ou não. “Fomos confrontados de forma dura, no sentido de apresentar mais dados e relatórios. Mas estamos tranquilos porque temos tudo isso”, afirmou.
Para Zimerman, esse momento está dando a oportunidade para a companhia de mostrar o que realmente está por trás da fusão, que é “reduzir custos para competir com marketplaces”. O executivo informou que o órgão antitruste deve realizar um julgamento até 17 de dezembro. “Esperamos uma aprovação sem remédios”, disse.