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Data: 05/11/2025

Editoria: Shopping Pátio Higienópolis
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JPMorgan vê boa parte do setor de varejo descontado na B3 e revela ações preferidas

(Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)
(Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

O JPMorgan mantém preferência por empresas do varejo com crescimento consistente de lucro por ação (EPS), como RD Saúde (RADL3) e SmartFit (SMFT3) — ambas com recomendação overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra). Segundo o banco, ambas companhias combinam histórias de crescimento de longo prazo atrativas com bom momentum de curto prazo, o que sustenta suas avaliações premium em relação ao setor.

Além disso, o JPMorgan observa que o setor de varejo de moda se tornou um mercado concentrado em poucos papéis, com forte foco em momentum de curto prazo. Dessa forma, fatores técnicos de negociação e posicionamento têm sido mais relevantes do que fundamentos.

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Ainda assim, o banco enxerga valor e potencial relevante de valorização na maioria das empresas do segmento, destacando que as avaliações continuam atrativas.

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As ações com recomendação overweight incluem ainda Vivara (VIVA3), Lojas Renner (LREN3) e Azzas 2154 (AZZA3), enquanto Alpargatas (ALPA4) tem recomendação neutra. Segundo o JPMorgan, muitos desses papéis estão pouco posicionados em carteiras ou com alta posição vendida, abrindo espaço para movimentos de alta caso os resultados surpreendam positivamente.

O banco sugere financiar essas posições por meio de redução na exposição ao varejo alimentar, especialmente em Assaí (ASAI3), classificada como underweight (exposição abaixo da média do mercado, equivalente à venda), diante da piora nas tendências do setor.

Vivara (VIVA3)

O JPMorgan reitera recomendação de compra e preço-alvo de R$ 36, pois a Vivara se destaca pelo forte momentum operacional e avaliação atrativa de 10 vezes o P/L (Preço sobre Lucro estimado para 2026 (excluindo incentivos de ICMS). O JPMorgan projeta uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 12% para o lucro por ação nos próximos cinco anos, com potencial de gatilho positivo no 4º trimestre, à medida que o estoque se normaliza e a geração de caixa volta a crescer.

A empresa vem reutilizando estoques de baixa rotatividade para reduzir compras de ouro até o 1S26, além de manter disciplina de preços para preservar margens mesmo com a alta do metal.

Lojas Renner (LREN3)

O JPMorgan espera resultados mais fracos no curto prazo, em razão do cenário macro mais desafiador e da antecipação de demanda no 2º trimestre. Ainda assim, destaca que a companhia mantém boa execução operacional, com crescimento estrutural de vendas, gestão eficiente de coleções e estoques, e qualidade superior de lucros entre os pares.

Negociada a 9 vezes o P/L estimado para 2026 e com dividend yield de 8,5%, a Renner é vista como barata e defensiva, com caixa líquido e possibilidade de redução de capital futura. O banco projeta CAGR de 13% para o lucro por ação em cinco anos e mantém recomendação de compra e preço-alvo de R$ 19.

Azzas 2154 (AZZA3)

Apontada como a ação mais barata do setor, negociando a apenas 8 vezes o P/L estimado para 2026 (ex-ICMS), o JPMorgan reitera recomendação de compra e preço-alvo de R$ 36. O JPMorgan, porém, acredita que os resultados devem melhorar gradualmente, com reestruturação organizacional concluída e foco renovado em eficiência e execução.

O banco vê potencial de “short squeeze”, já que a ação tem alta posição vendida e expectativas muito baixas. O banco prevê lucro líquido de R$ 735 milhões em 2026 (ex-ICMS) e R$ 1,2 bilhão reportado.

O short squeeze é um movimento que ocorre quando uma alta rápida no preço de um ativo força investidores que apostaram contra ele (vendedores a descoberto) a recomprar as ações para fechar suas posições, gerando pressão adicional de compra e elevando ainda mais o preço.

Alpargatas (ALPA4)

Para Alpargatas, o JPMorgan mantém recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 11,50, devido ao potencial de alta limitado. Segundo o banco, as operações domésticas da Havaianas vêm melhorando, com maior eficiência logística (OTIF) e redução de despesas gerais e administrativas (SG&A), o que deve sustentar ganhos marginais de margem EBITDA mesmo com volumes mais lentos.

O JPMorgan também espera recuperação nas operações internacionais, com crescimento médio de receita de 6% entre 2024 e 2029, mas acredita que as melhorias já estão precificadas, com o papel sendo negociado a 11,5 vezes o P/L 2026, cerca de 15% acima da mediana do setor.