29/10/2025 17h15 • Atualizado 20 horas atrás
O Mercado Livre, empresa que tem sede no Uruguai e é a maior da América Latina em valor de mercado, reportou um lucro líquido de US$421 milhões no trimestre de julho a setembro, alta de 6% ante igual período do ano anterior, mas abaixo dos US$481 milhões projetados por analistas em pesquisa da LSEG.
A receita líquida da empresa, que opera uma plataforma de comércio eletrônico e a fintech Mercado Pago, cresceu 39%, para US$ 7,4 bilhões, ultrapassando os US$7,2 bilhões estimados por analistas. As vendas medidas pelo valor bruto de mercadorias (GMV) saltaram 35% em moeda constante.
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“Fizemos investimentos no Brasil e já estamos vendo o retorno desses investimentos”, disse o diretor financeiro Martin de los Santos à Reuters.
Em junho, o Mercado Livre reduziu o valor mínimo de compra para frete grátis no Brasil, principal mercado da empresa, o que contribuiu para que a companhia registrasse no país um aumento de 34% no GMV e seu maior crescimento no número de compradores únicos desde o início de 2021.
No entanto, a iniciativa continuou a impactar negativamente a rentabilidade, com a margem operacional, ou margem EBIT, caindo para 9,8%, seu menor valor desde o quarto trimestre de 2023.
As vendas na Argentina, que desaceleraram em relação ao primeiro semestre do ano, também contribuíram para a contração da margem, já que a maior instabilidade econômica levou a uma demanda mais fraca, disse de los Santos, adicionando que, por outro lado, as operações no México impactaram positivamente.
A administração do Mercado Livre tem afirmado que a empresa não perderá oportunidades de crescimento que possam ser fundamentais para o desenvolvimento a longo prazo, mesmo que possam gerar pressão de margem no curto prazo.
O Ebit (lucro antes de juros e impostos) da empresa aumentou 30% ano contra ano, para US$724 milhões, mas ficou abaixo dos US$752 milhões estimados pelos analistas.
O diretor financeiro disse que a desvalorização do peso argentino e uma maior alíquota de impostos (‘tax rate’) naquele país também impactaram negativamente o lucro líquido do Mercado Livre.
No Mercado Pago, a carteira de crédito cresceu 83% em relação ao ano anterior, para US$11 bilhões, impulsionada principalmente por cartões de crédito, enquanto a taxa de inadimplência de 15 a 90 dias caiu de 7,8% para 6,8%.
O volume total de pagamentos das operações de adquirência cresceu 32% no período, atingindo US$47,7 bilhões.